Cultura

Filme de Natal gravado em BH chega às telas da Globo no dia 24

'Comadres' conta história de rivalidade entre vizinhas no interior de Minas, mas usou capital como cenário


Créditos da imagem: Douglas Magno/TV Globo/Divulgação
Casas na Vila Infraero foram adaptadas para um cenário que evoca o interior de Minas; Aeroporto da Pampulha também recebeu gravações

Bossuet Alvim

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16/12/22 às 08:49
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O estilo de vida do interior de Minas – com muros baixos, vizinhos que tentam saber de tudo e fofocas em níveis bem altos – serve como pano de fundo para a história de Natal do filme ‘Comadres’, que estreia na tela da TV Globo na tarde do dia 24/12. A trama acompanha os conflitos de duas vizinhas que se detestam e mantêm viva uma rivalidade que já dura 50 anos, apesar de morarem uma ao lado da outra. A chegada de um novo padre na paróquia, somada à organização de uma peça sobre o Natal, são os fatores que podem transformar a história das duas.

O filme rodado em BH traz nos papéis principais duas atrizes de destaque na dramaturgia do estado. Rita Clemente, diretora, atriz, professora e uma referência para o teatro mineiro, dá vida à vizinha Terezinha. Na TV, ela estreou na minissérie ‘A Cura’ (2010) e passou por novelas como ‘Liberdade, Liberdade’, ‘Amor à Vida’ e ‘A Vida da Gente’. Já sua rival, a comadre Guiomar, é interpretada pela pernambucana Magdale Alves, que há anos mora e atua em BH, colecionando passagens por filmes como ‘Amarelo Manga’ (2003), ‘Árido Movie’ (2006) e o curta ‘Eletrodoméstica’ (2005).

“Com muito humor, o filme deixa a mensagem de que polarização é uma bobagem porque cada um tem o seu pensamento e o respeito deve ser mútuo”, adianta Magdale. A história da briga entre as duas vizinhas alcança um significado maior e mais universal, à medida em que o conflito é alimentado por ambas as partes até virar uma implicância de estimação. “Comadres passa uma mensagem muito clara sobre o quanto o ódio entre pessoas pode arruinar projetos, famílias e uma comunidade inteira. O filme oferece muitas outras reflexões, tudo com muito humor, o que é o melhor”, diz Rita Clemente.

A produção tem roteiro e direção assinados por mulheres, e a história cria situações em que a rivalidade feminina é questionada e apontada como um problema. “O filme aborda a armadilha do machismo estrutural sobre a competição feminina, tão estimulada na nossa sociedade. É também por uma personagem feminina que isso é denunciado: Natália, a neta de uma das protagonistas, apresenta a elas e ao público o conceito de sororidade”, antecipa a roteirista Pilar Fazito.

Transformar capital em interior

Como as gravações ocorreram em Belo Horizonte, a produção do longa precisou adaptar parte da Vila da Infraero e do Aeroporto da Pampulha para criar um cenário de cidadezinha interiorana. “Foi um trabalho impecável. A produção conseguiu encontrar casas que tinham um muro igual ao que eu havia imaginado”, conta a roteirista Pilar Fazito. “Na história, o muro é essencial porque simboliza a resistência que as mulheres nutrem uma pela outra”, ela explica.

O próprio aeroporto foi transformado na rodoviária da cidade fictícia de Ibiaci, onde o longa se desenrola. As partes internas das casas também foram usadas como cenário, e para isso foram necessárias reformas em boa parte dos cômodos. “Não usamos a cozinha original de nenhuma das casas. Tivemos que construir cenograficamente. Tínhamos pouco tempo para as filmagens, então a logística era uma parte fundamental para entregar tudo no prazo. E o resultado foi incrível, muito gratificante”, comemora a diretora de arte, Carolina Gomes.