Parlamentar da capital mineira alega que o festival apresentou "livros e objetos com menção à sexualidade e conteúdo pornográfico" sem qualquer classificação etária
O Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ-BH), realizado entre os dias 22 e 26 de maio, está no centro de uma polêmica. Um vereador da capital mineira propôs, na última semana, uma moção de repúdio à Prefeitura devido ao tipo de conteúdo exposto no evento, que, segundo ele, incluía material “pornográfico” e sem classificação indicativa.
O FIQ-BH, que acontece a cada dois anos, integra uma política de festivais da prefeitura com o objetivo de democratizar o acesso à arte e à cultura, promover a produção local e formar público. Considerado o maior da América Latina, o evento completou 25 anos em 2024.
No entanto, Irlan Melo argumenta em seu pedido de moção que o festival deste ano apresentou “livros e objetos com menção à sexualidade e conteúdo pornográfico” sem qualquer classificação etária. Ele critica ainda a distribuição de 3 mil vale-livros de R$ 40 cada, sem restrições para crianças e adolescentes.
Em nota oficial, a Prefeitura de Belo Horizonte rebate as críticas do vereador. A administração municipal afirma que as visitas ao FIQ-BH foram precedidas de orientações e regras para a aquisição de publicações, e que o evento segue os critérios de classificação do Ministério da Justiça. Quanto ao acesso de crianças, a prefeitura esclarece que foi permitido apenas em visitas escolares com acompanhamento de professores ou de pais e responsáveis.
A moção de Irlan Melo ainda precisa ser apreciada e votada em plenário para ser encaminhada à prefeitura. A polêmica em torno do FIQ-BH reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e da censura, especialmente em eventos culturais direcionados a públicos diversos.