Gastronomia

Fora da rota: torresmo, simplicidade e memórias no Bar do Pangaré

Tradicional boteco da região Oeste de Belo Horizonte é um lembrete de que, em meio à modernidade, ainda há espaço para a autenticidade


Créditos da imagem: Thiago Alves
Preparado com maestria e fatiado pelo Humberto — conhecido como Pangarezinho —, cada pedaço de torresmo oferece a combinação perfeita de crocância e suculência

Thiago Alves

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08/03/24 às 05:52
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Situado na região Oeste de Belo Horizonte, longe do burburinho central da capital mineira, o Bar do Pangaré é um convite à simplicidade e ao prazer descomplicado em meio às pacatas ruas do pouco badalado bairro Estrela do Oriente. Sua fachada despretensiosa com decoração simples, pontuada por uma estufa de tira-gostos e um balcão que exibe orgulhosamente cachaças de qualidade e outros destilados, é uma celebração à cultura butequeira belo-horizontina. 

Torresmo: estrela do cardápio

Desde sua fundação em 1983, este bar manteve fiel às suas raízes apesar do constante desenvolvimento do setor, cada vez mais abarrotado com elementos decorativos instagramáveis. A estrela do cardápio é, indiscutivelmente, o torresmo (R$ 10 o pedaço). Preparado com maestria e fatiado pelo Humberto — conhecido como Pangarezinho —, cada pedaço oferece a combinação perfeita de crocância e suculência. Tão presente na cultura alimentar de Minas Gerais, este petisco acompanhado de uma cerveja estupidamente gelada (a partir de R$ 6, com 600ml) ou de uma cachaça de boa qualidade (R$ 3 a dose da “roça”) cria uma harmonia de sabores difícil de superar.

Ponto de encontro da comunidade

Mais do que um local para desfrutar de bons tira-gostos — destaque também para o costelão com batata (R$ 30 a porção) —, o Bar do Pangaré é um ponto de encontro da comunidade. Por lá, as conversas fluem livremente entre moradores locais, frequentadores assíduos e visitantes curiosos. Cada pessoa traz consigo uma história, preenchendo o rico mosaico social que dá vida ao lugar.

Clientela leal

O sucesso e a longevidade do Bar do Pangaré, com sua clientela leal, podem ser atribuídos à sua capacidade de manter-se autêntico em um mundo em constante mudança. Enquanto muitos estabelecimentos buscam se reinventar, o Pangaré, como um bom cavalo velho, permanece um símbolo da tradição, valorizando a simplicidade e a genuinidade.

Bar do Pangaré

  • R. Estrela Vespertina, 180 – Estrela do Oriente, Belo Horizonte
  • De segunda a sexta, das 14h às 23h; sábado, das 9h às 23h, e domingo, das 9h às 16h. Fechado às terças.
  • Pagamento somente em dinheiro ou PIX.

*O autor pagou pela sua conta no bar com recursos próprios.