Gastronomia

Kelma Zenaide faz série de oficinas culinárias gratuitas sobre ancestralidade

Culinarista do projeto Kitutu explora influência afro-mineira em cozinha afetiva


Créditos da imagem: Divulgação
Com série de 10 aulas e uma palestra, cozinheira pretende apresentar saberes e tecnologias ancestrais da culinária mineira

Redação Sou BH

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31/10/23 às 13:37
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Formada por saberes e tecnologias repassados entre gerações, a cozinha ancestral é tema da série de 10 oficinas gratuitas que a culinarista Kelma Zenaide apresenta, até 14/11, em espaços públicos nas regiões Nordeste, Noroeste e Pampulha. Estudiosa da comida afro-brasileira, a profissional é conhecida pelo trabalho à frente da iniciativa gastronômica Kitutu, onde aplica influências africanas, indígenas e afro-mineiras na elaboração de uma cozinha afetiva, ligada às múltiplas raízes culturais da população negra no Brasil. O projeto ‘Oficinas de Culinária Afetiva: Afro-gastronomia sabores e saberes ancestrais’ promove encontros no Centro Cultural Usina de Cultura em 1/11, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado de 7 a 8/11 e no Mercado da Lagoinha, nos dias 13 e 14/11. As inscrições gratuitas podem ser feitas pela internet (confira programação abaixo).

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Com temas como ‘Os temperos da ancestralidade’, ‘Sabores de empoderamento’ e ‘O Amor e o fogão a lenha’, as aulas de Kelma buscam enfatizar o papel essencial que as mulheres negras sempre ocuparam na consolidação de uma identidade gastronômica mineira. “É uma iniciativa de segurança alimentar e nutricional, que busca contribuir para a descolonização da cultura gastronômica mineira e a demonstração da importância da mulher negra na culinária mineira e problematizar o lugar que ela ocupa no cenário gastronômico em nossa cidade, visibilizando e valorizando a culinária afro-brasileira”, ela explica. A série de ações será encerrada com a palestra ‘Ancestralidade e Afeto: Alimentando o corpo e nutrindo a alma’, marcada para 23/11 às 15h no Centro Cultural Venda Nova.

Criada no Quilombo de Pinhões, em Santa Luzia, a culinarista carrega consigo o conhecimento de cozinha repassado por seu avô. Com ele, aprendeu a preparar pratos típicos das festas de casamento e congado como frango ensopado, macarrão com urucum e o tutu de feijão. Para Kelma, o processo de passar adiante as receitas e técnicas também constitui um laço emocional importante: “nossas (re)existências são ancestrais e se conectam pelos afetos”, resume. Até o fim de novembro, a chef promove inauguração do Kitutu Território de Aquilombamento, casa dedicada à culinária afro-diaspórica, na região conhecida como Baixo Centro. 

Confira a programação

(Clique na aula para abrir inscrições)

Centro Cultural Usina de Cultura
Rua Dom Cabral, 765 – Ipiranga
1/11 às 10h – Oficina 01 – O amor e o fogão a lenha 
1/11 às 13h – Oficina 02 – Os temperos da ancestralidade 

CRCP Lagoa do Nado
Rua Min. Hermenegildo de Barros, 904 – Itapoã
7/11 às 10h – Oficina 03 – O Afeto que alimenta 
7/11 às 13h – Oficina 04 – Cura pelos alimentos
8/11 às 10h – Oficina 05 – Sabores de empoderamento
8/11 às 13h – Oficina 06 – O gostinho das memórias

Mercado da Lagoinha 
Av. Pres. Antônio Carlos, 821 – Lagoinha
13/11 às 10h – Oficina 07 – Sabor de infância
13/11 às 13h – Oficina 08 – Nutrindo a alma
14/11 às 10h – Oficina 09 – Alimentando novos sonhos
14/11 às 13h – Oficina 10 – Temperando a vida

Centro Cultural Venda Nova
Rua José Ferreira dos Santos, 184 – Jardim dos Comerciários
23/11 às 15h – Palestra ‘Ancestralidade e Afeto: alimentando o corpo e nutrindo a alma’

‘Oficinas de Culinária Afetiva: Afro-gastronomia sabores e saberes ancestrais’
Com a culinarista Kelma Zenaide
Até 14/11 em diferentes centros culturais de BH
Participação gratuita mediante inscrição pela internet
Conheça mais sobre o trabalho da chef Kelma no Instagram do projeto gastronômico Kitutu