Estudo da Hibou mostra que são mais comuns os sentimentos de raiva, tristeza, preconceito, humilhação, indignação, nojo, repúdio e falta de empatia
A cultura do
cancelamento em rede nacional está incomodando e despertando gatilhos nos
brasileiros. Em pesquisa independente realizada pela Hibou, empresa de
monitoramento de consumo, com mais de dois mil respondentes, 87% dos
brasileiros acreditam que sim, o que acontece dentro da casa do BBB21 é
cancelamento. Dos 52% dos brasileiros que estão acompanhando o reality, 86% já
sentiram emoções negativas fortes em duas semanas de programa, em ordem de
expressividade, são mais comuns os sentimentos de raiva, tristeza, preconceito,
humilhação, indignação, nojo, repúdio e falta de empatia. 6,7% dos
entrevistados está pensando em parar de assistir ao programa, sendo 50% por
achar o conteúdo pesado.
A pesquisa mediu a presença da cultura do cancelamento no
dia a dia dos brasileiros. O significado da expressão “cancelamento”
foi reconhecida por 61,8% dos brasileiros e as opiniões variam. Após a
explicação do termo para todos os entrevistados, 44% entendem que cancelar não
é algo novo, mas o que é novo é o repúdio ao ato por meio das redes sociais.
Antes de sair cancelando, 55,1% dos brasileiros acredita que
é preciso entender os dois lados da história e para 54,7% isso pode se tornar
uma arma na mão de pessoas mal intencionadas. 38% dos brasileiros sofreu algum tipo de cancelamento em
algum momento da vida. Entretanto, mesmo com a indicação de repúdio ao ato,
50,7% das pessoas já ocuparam o papel de “cancelador” contra uma
marca ou empresa, 52,7% com artistas ou páginas nas redes sociais e 48,6% com
pessoas da sua relação direta.
O que merece ser cancelado segundo os brasileiros
Seja na mesa do almoço, no escritório ou em casa, 74,5%
entende que o ato de cancelar é o mesmo que bullying. Dentre os temas que
justificariam essas atitudes 88,6% acredita que maus tratos a animais merecem
cancelamento, 86,8% maus tratos a crianças, 86,1% estupro, 82,7%, maus tratos a
idosos, 80,6%, violência doméstica, 78,1% assédio sexual, 75,5% racismo, 68,6%
desvio de dinheiro público, 65,7% discriminação sexual é cancelável, entre
outros.
Mas afinal, por que o brasileiro assiste BBB?
De maneira geral, sobre o entretenimento que esse tipo de
programa proporciona: para 51,4% o que chama mais atenção é a possibilidade de
bisbilhotar o comportamento das pessoas, 49,4% gosta mesmo é dos conflitos por
opiniões e atitudes distintas e 39,8% adora as provas de líder e anjo. Uma
fatia de 25,3% relaxa assistindo ao BBB, 22,5% gosta mesmo é das festas, 19,9%
assiste para ter assunto com os amigos, 19,6% simplesmente acompanha a rotina
do dia a dia na casa e 8,5% fica de olho nos casais que se formam.
“Apesar de ser um conteúdo de grande entretenimento,
com as últimas polêmicas da casa, consideradas as mais pesadas e complexas de
todas as edições, 6,7% dos entrevistados está pensando em parar de assistir ao
programa, principalmente, em função da ausência de um clima feliz (51,3%),
conteúdo pesado (50,6%), muita discussão boba e pouca diversão (43,8%) e
cansaço do assunto de cancelamento (36,9%)”, conclui Ligia Mello, sócia da
Hibou e coordenadora da pesquisa.
Metodologia
Um total de 2467 pessoas responderam de forma digital, entre
5 e 6 de fevereiro, em território nacional, garantindo 95% de significância e
2% de margem de erro nos dados revelados. A faixa etária é acima de 20 anos,
englobando o público ABCD, sendo 56% casados e 58% mulheres.