Variedades

No mês da Consciência Negra, Sou BH Talks trouxe importante debate sobre o tema

Pati Lisboa conversou com Elisa de Sena, Marciele Delduque e Roger Deff


Créditos da imagem: Red Confidential/shutterstock

Redação Sou BH

|
19/11/20 às 20:00
compartilhe

No contexto histórico, as celebrações da Consciência Negra
surgiram nos anos 70, no âmbito das lutas dos movimentos sociais contra o
racismo. No Brasil, o Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, foi
estabelecido em 2003 como parte do calendário escolar, até ser oficialmente
instituído nacionalmente em 2011, sendo feriado em cerca de mil cidades em todo
o país e nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
Mas qual o efetivo significado da data? Qual sua importância?

Para debater sobre o assunto, o Sou BH Talks trouxe um
importante debate sobre o tema, onde Pati Lisboa recebeu Elisa de Sena,
cantora, compositora, atriz; Marciele Delduque, Presidente da cufa e Fundadora
do Grupo Marianas Mulheres que Inspiram; e Roger Deff, MC.

Iniciando o bate-papo, os convidados, dentro de seus lugares
de fala, apresentam suas visões e responderam a questões importantes: Qual a importância do
Dia da Consciência Negra e qual seu real significado. Os participantes ainda reforçaram
a necessidade de trazer reflexões e de reforçar a data e a causa.

Racismo e
conscientização

Elisa de Sena continuou a conversa falando um pouco sobre o
fato de, mesmo sendo lei, o tema não ser trabalhado devidamente nas escolas. “Mesmo
sendo lei, eu por exemplo, que sou de uma geração anterior, não estudei isso.
Talvez um professor ou outro, mas sempre trazendo um viés branco. Eu acho que a
lei, de uma forma bastante importante começa a transformar, por que trazer a
obrigatoriedade faz com que os professores comecem a olhar para esse assunto. Então,
eu acho que a lei é sim um avanço. Porém, para que a coisa transforme de fato,
é preciso que as pessoas negras cheguem em todos os lugares, inclusive nas escolas,
nos lugares de ensino. Pessoas negras ensinando, autores negros, para que
realmente faça sentido. Se a gente começa a fazer essa transformação de fato
nas escolas, a gente vem da base, aí já vai transformando mesmo”.

Perguntada sobre a diferença
entre raça, cor e etnia, Marciele Delduque conta que não acredita nessa
separação. “Eu consigo visualizar de uma maneira única, e trazendo uma
necessidade de que não haja esse recorte, que vejam o preto, como aquela pessoa
que tem uma história, que tem um valor, que é uma potência, independentemente
da sua raça, da sua cor, da sua etnia. Não é querer falar sobre cada ponto, mas
é trazer um único olhar, um olhar exclusivo pra que tudo isso, nós possamos
enxergar apenas potência e resiliência”.

Roger Deff ainda falou sobre como a lógica da discriminação se manifestou ao longo da
sua trajetória e o que ele fez para subvertê-la. “A lógica da discriminação
racial está comigo desde que eu me entendi por gente. E a gente não se dá conta
de que isso acontece, e essa discussão chegou em mim através do hip hop. E aí
eu fui entender o porquê de várias questões que estavam colocadas. No meu caso,
o hip hop foi a cultura que eu encontrei para me fortalecer em relação a essas questões
todas, e a forma de lidar com isso através do hip hop me fez perceber que eu
não precisava ser aquilo que o sofrimento fazia comigo, ele não tinha que me
definir. Eu acho que o movimento com a cultura hip hop e todas as discussões
que ela me trouxe, fez com que eu lidasse com a questão do racismo e olhasse
pra frente”.

Os convidados ainda falaram sobre como a discriminação racial afeta de diferentes formas
homens e mulheres, sobre o papel de organizações como a Anistia Internacional
para o enfrentamento da discriminação racial, e muito mais!

Assista ao programa completo!

Sou BH Talks

Desenvolvido para gerar conteúdo de qualidade, a Claro apresenta o Sou BH Talks, uma opção leve e inteligente para que o público interaja e se informe. Temas diversos, são abordados: desde empreendedorismo a cinema, além de pocket shows com artistas importantes do cenário nacional e local. Após o grande sucesso das primeiras temporadas, a equipe do Sou BH repete o formato do projeto, no mês de agosto, com mais assuntos e lives inteligentes no mundo virtual. Siga as redes sociais do portal e fique por dentro de toda a programação.