Produção resgata legado de Alice Guy-Blaché, precursora do cinema que teve seu trabalho negligenciado pela história
Secretária do engenheiro e
inventor Léon Gaumont, Alice Guy-Blaché tinha 22 anos quando acompanhou o chefe
em um evento que aconteceu em Paris em 1895. Esse evento fechado era nada menos
do que a apresentação que os irmãos Lumière faziam de sua mais nova invenção: o
cinematógrafo. Preenchida de admiração ao presenciar o nascimento do cinema,
Guy-Blaché pediu ao chefe se poderia filmar algumas cenas. Gaumont aceitou
contanto que ela continuasse a cuidar das cartas que chegavam na empresa.
Começava ali a carreira de uma prolífica cineasta, esquecida pela história e
resgatada no documentário Alice Guy-Blaché: a História Não Contada da
Primeira Cineasta do Mundo,
que estreia nos cinemas dia 29 de outubro.
Guy-Blaché acabou sendo nomeada
chefe de produção da Gaumont e, em duas décadas, realizou cerca de mil filmes.
Desde suas primeiras produções, a diretora contava histórias. Foi uma das
primeiras a criar obras narradas. Seus filmes eram sofisticados e engajavam
emocionalmente o espectador.
“Como pode uma figura tão
importante para o cinema ser desconhecida?” foi a pergunta que motivou a
diretora Pamela B. Green a fazer esse documentário, que estreou no Festival de
Cannes em 2018. A pesquisa intensa para o longa revela, entre outros, uma
coleção de filmes perdidos, uma das mais antigas do mundo, com obras produzidas
e dirigidas por Alice Guy-Blaché.
“Talvez a mulher mais famosa
da qual você nunca ouviu falar, Alice é uma pessoa que nunca deve ser
esquecida, e é por isso que dediquei mais de 8 anos a fazer este filme para
contar sua história”, conta Green.