Cultura

Primeiro festival de paródias do Brasil tem dois mineiros vencedores em 1º lugar

Festival teve como presidentes do júri Marcelo Adnet e Tatá Werneck, e destinou valor das inscrições para artistas e profissionais da cultura


Créditos da imagem: Jorge Bispo + Elizabeth Freitas

Redação

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20/09/20 às 20:00
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A paródia é uma releitura cômica de composições
musicais ou literárias, que quase sempre se utiliza de ironia e deboche, e geralmente
parece com a obra original, mas com sentidos diferentes. Sempre presente entre
nós, é uma tradição que, mesmo sem perceber, já cultivamos em nossos círculos
sociais, seja em letras cantadas erradas ou estrategicamente trocadas para dar
voz a questões pertinentes a nossa realidade com uma boa dose de bom humor.

Em Belo Horizonte, há alguns anos, o Concurso de
Marchinhas Mestre Jonas vem resgatando essa tradição que, agora, extrapola
Minas Gerais e chega a todo Brasil, por meio do inédito Hoje Eu Vou
Parodiar, festival que premiou paródias e destinou o valor das
inscrições para artistas e profissionais da cultura em situação vulnerável
devido à pandemia da Covid-19. Os recursos arrecadados serão revertidos para
compra e distribuição de cestas básicas, incluindo kits de higiene e limpeza, que
deverão ser entregues pela Associação Cultural Arebeldia, nas cidades de Belo
Horizonte e Rio de Janeiro. A iniciativa é do compositor e roteirista Edu
Krieger e da empresária e produtora cultural Danusa Carvalho. 

E os belo-horizontinos Vitor Velloso e
Matheus Brant são os vencedores em 1º lugar! Com a versão para “Me
Apaixonei Pela Pessoa Errada”, o júri elegeu “Votei Para Presidente” como a
melhor paródia do festival, que recebeu R$2 mil.

Integrante de uma banda chamada Orquestra Royal, o
cantor e compositor Vitor Velloso citou a repressão que humoristas vem recebendo
pelo governo por suas paródias, como no caso de Marcelo Adnet. “Esse
tipo de música sempre promove o debate e a reflexão. A paródia é muito
acessível, todo mundo pode cantar uma música com uma letra involuntariamente ou
fazer uma nova versão”, explica.

Ao lado de Matheus Brant, a dupla de
compositores venceu entre as 574 inscrições vindas de todo o país. 

Para Edu Krieger, não é surpresa que o prêmio tenha
ficado para os belo-horizontinos. “A cidade tem uma tradição na arte
de unir humor e política. O Vitor e o Matheus fizeram uma paródia perfeita,
crítica e ao mesmo tempo engraçada, com rigor na estrutura de rima e métrica, e
mereceram demais o título de campeões”, afirma Edu.

O segundo lugar do festival inédito ficou com Sandro
Dornelles, que fez a sua versão para “Teresinha”, a “Gripezinha”;
e o terceiro ficou para “MeTÉDIO”, de Andre Locatello e Marcio Machado
para “Metade”.

Críticas à política, o cotidiano da quarentena,
questões contraditórias da atualidade e a desconstrução dos olhares machistas,
homofóbicos e racistas foram bem vistos pelo júri, formado pelos presidentes de
honra Marcelo Adnet e Tatá Werneck, e pela comissão integrada por Edu Krieger,
João Cavalcanti, Julia Rabello, Késia Estácio, Leonardo Lanna, Marco Gonçalves,
Marcos Frederico, Maria Bopp, Renata Corrêa, Thiago de Souza e Vicente Coelho.

Os áudios das
paródias estão disponíveis no site Hoje eu vou parodiar.