Local, que hoje é considerado uma das Sete Maravilhas da Estrada Real, chama a atenção de turistas de todo o mundo com suas paisagens exuberantes
Muito mais que apenas um destino turístico, aliás, um dos mais
conhecidos e buscados por turistas em Minas Gerais, o Santuário
do Caraça cativa os visitantes com toda a sua riqueza ambiental,
cultural e gastronômica. Procurado por pessoas que buscam, principalmente,
tranquilidade e contato com a natureza, o local é também um baú de histórias
que vale muito a pena ser conhecido.
A primeira notícia que se tem do Caraça data de 1708, quando o local
aparece em um mapa da Província de Minas. Em 1716, num registro histórico, é
mostrado o Arraial do Inficionado do Caraça. Vestígios na região do Tanque
Grande e dos Pinheiros apontam para a existência de antigos garimpos,
provavelmente do século XVIII. Quando o Irmão
Lourenço de Nossa Senhora decidiu comprar a sesmaria do Caraça e se instalar
lá, o objetivo era devotar sua vida à obra de Deus e à
divulgação do Santuário do Caraça como lugar de retomada da vida à luz do
projeto de Deus, sob a proteção de Nossa Senhora Mãe dos Homens. O Irmão
permaneceu na região até o dia de sua morte, quando os outros missionários
continuaram sua obra.
Qual a origem do nome “Caraça”?
Existem algumas curiosidades bem
interessantes e que poucas pessoas sabem sobre a teoria da origem do nome
Santuário do Caraça. De acordo com Márcio Mol, gerente
geral do local, duas hipóteses apontam para a escolha. “O Caraça seria
o formato de um rosto humano na Serra do Espinhaço. Essa explicação é corrente
no tempo do Colégio e comentada por Dom Pedro II, em seu diário. Todavia, o que
pesa contra esta explicação é o fato de o Caraça ter sido sempre
citado no masculino e nunca no feminino (Serra da Caraça), como deveria
ser, já que caraça, compreendido como cara grande é palavra
feminina”, explica.
Ainda segundo o gerente,
outra possibilidade pode ter levado à escolha do nome do Santuário. “O Caraça seria
o grande desfiladeiro existente na Serra do Espinhaço nesta região. Essa foi a
explicação dada por Auguste de Saint-Hilaire e acolhida por José Ferreira
Carrato, em sua tese de doutorado sobre o Caraça (As Minas Gerais e
os Primórdios do Caraça), publicada no ano de 1963. Vale lembrar
que Caraça, em tupi-guarani, significa desfiladeiro ou bocaina, como hoje
é chamado o portentoso vale entre os Picos do Sol e do Inficionado. Essa, inclusive,
até chega mais perto, mas como disse, são possibilidades para que o turista que
vier visitar o Caraça, tire por ele mesmo. De qualquer forma, vale a pena
conhecer as belezas naturais do local e pensar, in loco, sobre as razões que levaram a escolher do nome”, conclui.
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