Levantamento feito pela CDL/BH retrata maior medo da população em ser vítima da Covid-19 do que das consequências econômicas
De acordo com uma pesquisa
realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte
(CDL/BH)/Instituto Quaest, a população da capital mineira tem mais medo de ser
vítima da epidemia de coronavírus e não conseguir tratamento adequado do que
das consequências econômicas que a crise de saúde irá provocar.
A apuração ouviu 600 pessoas
entre os dias 28 e 31 de março e tem margem de erro de 4,2 pontos percentuais.
Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados estão mais preocupados com a doença
e 35% com a economia. As mulheres e os mais velhos são os que mais temem a
doença. Já entre as classes sociais, não há diferença significativa de
percepção.
Ainda conforme os dados levantados,
a grande maioria dos moradores aprova as medidas adotadas para conter o avanço
da epidemia: fechamento de escolas e universidades (91% de aprovação),
obrigação de ficar em casa (84%), fechar totalmente o comércio (77%) e fechar
as fronteiras estaduais (75%). Quanto às medidas que devem ser tomadas daqui em
diante, 41% dos entrevistados defendem manter o isolamento e o comércio fechado
até o surto passar. Outros 35% defendem manter o isolamento por entre 10 e 15
dias e daí reabrir o comércio. Somente 17% defendem isolar apenas o grupo de
risco. “O resultado da pesquisa mostra a gravidade da crise e como a população
está consciente da necessidade de colaborar para que tudo seja superado da
melhor maneira possível”, avalia Marcelo de Souza e Silva, presidente da
CDL/BH.
Os moradores da capital
mineira também responderam sobre as consequências na economia da epidemia de
coronavírus. A capacidade de se manter financeiramente durante a crise é um
problema sério para os belo-horizontinos. De acordo com a pesquisa, 19% deles
afirmam conseguir se manter por menos de um mês se ficarem sem renda. Outros
15% se sustentam por um mês, 10% por dois meses e 14% por três meses. Os que
têm fôlego maior são poucos: 15% aguentam de 4 a 6 meses, 11% até 1 ano e 10%
mais de um ano.
Muitos temem também pelo risco
de o desemprego crescer com a epidemia. Além disso, há outro ponto preocupante,
já 49% dos entrevistados disseram já ter sofrido prejuízo econômico com a
crise. Por conta desse cenário, 44% dos belo-horizontinos admitem já estar
gastando menos do que o de costume, enquanto 21% gastam da mesma forma e 35%
tiveram que consumir mais. Dos entrevistados, 22% já cancelaram algum contrato
ou pagamento de serviço e 42% pretendem cancelar se o surto perdurar.