O acordo tenta conter problemas de abastecimento na capital, já que parte do rio foi tomado por rejeitos
Um acordo entre a Vale e a administração estadual decretou que
a mineradora deve construir um novo sistema de captação no rio Paraopeba até
setembro de 2020. A medida pretende garantir o abastecimento de água
em Belo Horizonte e na região metropolitana, afetado pelo rompimento da
barragem em Brumadinho, no dia 25 de janeiro.
O acordo tenta evitar o desabastecimento na capital, já que
parte do leito do rio Paraopeba foi tomado pela lama que vazou das barragens da
Mina Córrego do Feijão, o que tem afetado a captação de água feita pela Copasa.
Durante a audiência de conciliação, na quinta-feira (9), também ficou definido que
a empresa deve construir a nova estrutura 12 quilômetros acima da Estação de Tratamento
de Água (ETA) de Rio Manso.
Em nota, a Copasa afirma que desde o rompimento da barragem está
impossibilitada de usar o Sistema Paraopeba e, por isso, as obras no trecho
impactado precisam ser iniciadas de imediato. O objetivo é criar uma
alternativa capaz de captar água do rio em 2020 e, assim, evitar que
os reservatórios cheguem a níveis críticos para o abastecimento de Belo
Horizonte e região no ano posterior.
Com o impacto que pode ser causado na capital e região metropolitana, o Governo do Estado ficou com a responsabilidade de
agilizar, em caráter emergencial, autorizações e licenciamentos para viabilizar
a nova construção.
Outros pontos discutidos
Na audiência, a UFMG apresentou um projeto de avaliação de
necessidades sobre os impactos causados pela tragédia. A proposta de atuação
técnica, solicitada pelo juiz da 6ª Vara Estadual, Elton Pupo Nogueira, prevê
soluções de recuperação e de reconstrução, por exemplo, do patrimônio cultural
e artístico, de estruturas urbanas e das áreas ambiental, educacional e de
saúde nas regiões do estado afetadas pelo desastre.
O plano deve começar a ser implementado pela UFMG já a
partir do dia 21 de maio, data prevista para a próxima audiência de conciliação
entre a Vale e as instituições do sistema de Justiça, que vai discutir outras medidas emergenciais e preventivas que deverão ser assumidas pela mineradora.
A Vale informou também que mais de 32 mil pessoas já
receberam o pagamento emergencial e outras 26 mil estão com datas agendadas
para atendimento na empresa. A mineradora ainda se comprometeu a atender no
prazo de 24 horas possíveis necessidades dos atingidos em relação à falta de
água potável.