Mostra traz novas obras e mudanças no espaço expositivo a partir de 23 de novembro
Aclamada, série de fotografias 'Notícias de América' compõe acervo de nova montagem da exposição
A exposição ‘Esconjuro’, do artista Paulo Nazareth, apresenta uma nova fase no Inhotim a partir deste sábado (23 de novembro), com obras inéditas e ajustes no espaço expositivo. Iniciada em abril, a mostra tem curadoria de Beatriz Lemos e Lucas Menezes e agora adota o tema da primavera, numa série que se adapta às estações do ano. A exposição, que já ocupava a Galeria Praça e áreas externas do museu em suas versões anteriores, segue até junho de 2025.
‘Esconjuro’ é marcada por sua mutabilidade. A exposição se transforma a cada estação do ano, propondo novos diálogos entre as obras de Nazareth e o público. O artista explica que deseja que a mostra seja sempre viva, um espaço para diálogo constante: “Meu desejo é que exista uma conversa com o público, com os funcionários, com a comunidade local”, diz Nazareth. Nesta nova fase, a mostra reflete sobre migrações e deslocamentos, temas recorrentes no trabalho do artista mineiro.
Nesta versão primavera, ‘Esconjuro’ traz novidades, incluindo obras inéditas. Entre elas, está um recorte da série de fotografias ‘Notícias de América’, onde Nazareth registra ações performáticas realizadas ao longo de uma travessia a pé pelo continente americano. As imagens dialogam com a obra ‘Marco Temporal’, já presente na montagem de outono, ampliando a discussão sobre deslocamento e fronteiras.
Outra novidade é a instalação ‘Casas de Pássaros’, localizada no Jardim Sombra e Água Fresca do Inhotim. As pequenas casas de madeira, inspiradas na arquitetura modernista, são dedicadas às aves que passam pela região. “O conjunto de ‘casas modernosas’ proposto por Paulo Nazareth se relaciona a uma visão de progresso e modernidade que, no caso brasileiro, foi antes anunciada pela arquitetura”, explica Lucas Menezes, curador assistente do Inhotim.
Para a fase de primavera, a Galeria Praça ganha novas cores e símbolos que enfatizam a ideia de transformação. As paredes estão pintadas de rosa, cor ligada à orixá Ewá, símbolo de mudança. O preto, cor associada ao carvão, elemento de transformação em tradições afro-brasileiras, também está presente. A mostra utiliza ainda efum, um pó branco usado em rituais do Candomblé, reforçando a ligação com espiritualidade e purificação.
A exposição ‘Esconjuro – Primavera’ segue em cartaz até junho de 2025 na Galeria Praça e nas áreas externas do Instituto Inhotim (Rua B, 20 – Inhotim, Brumadinho). Funcionamento: quarta a sexta, das 9h30 às 16h30; sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Ingressos a R$ 25 (meia-entrada) e R$ 50, à venda pela internet ou no local. O instituto tem entrada gratuita toda quarta-feira e no último domingo de cada mês.
