O calendário recheado de eventos culturais, a vida noturna agitada, a cultura dos bares e a gastronomia têm trazido a Belo Horizonte visitantes que fogem do padrão corporativo e de negócios mais comum nos hoteis da cidade. Apenas no segundo semestre de 2024, houve um aumento de 10,4% nos índices de ocupação dos hoteis de BH, segundo dados do Panorama da Hotelaria Brasileira, realizado pela HotelInvest. “Se antes a hospedagem era dominada por executivos em viagens de negócios, hoje, o hotel recebe um público diversificado, com famílias, casais e grupos de amigos em busca de descanso e diversão”, diz Fernanda Duarte, gerente do Mercure Savassi, hotel que está investindo R$ 1,5 milhão para reformas dos quartos e da área de lazer.

Dados recentes do IBGE, apontaram Minas Gerais com estado em que a atividade turística mais tem crescido no país. Apenas em 2023, Minas recebeu cerca de 31 milhões de turistas, em busca de natureza, história e gastronomia. Apenas entre janeiro e agosto deste ano, mais de 4,5 milhões de passageiros desembarcaram nos aeroportos mineiros, segundo o governo de Minas.

Não tem mar, mas tem carnaval

Peça importante nessa ressignificação da cidade e do seu potencial turístico é o Carnaval. O evento atrai milhões de turistas todos os anos, reunindo moradores e pessoas que vêm de outras cidades de dentro e fora de Minas. Somente em 2024, 5,5 milhões de foliões ocuparam a cidade espalhados pelas centenas de blocos que agitaram a festa.

A cultura dos bares de Belo Horizonte é outro atrativo para o turista que busca conhecer um pouco mais da história local através da gastronomia. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) publicado em 2023, a cidade é a que mais tem bares no país. Dados da Receita Federal apontam que Belo Horizonte abriga 4.136 bares ativos, o que, se for considerada a área do município, corresponde a 12,5 bares por km².

Ecoturismo de negócios

Flávia Badaró, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis de Minas Gerais (ABIH-MG), destaca ainda o papel importante do período pós-pandemia no fortalecimento do turismo mineiro e de Belo Horizonte. “As viagens longas deram lugar a roteiros mais regionalizados e com forte apelo para experiências ligadas ao ecoturismo, cultura e descoberta de atrativos históricos”. E acrescenta. “Em BH vivemos ainda a realização de eventos que ficaram represados durante a pandemia. Agendas de shows, competições esportivas e feiras estão em alta”.

Com essa ascensão cultural e aumento no número de eventos na cidade, o público corporativo que visita a capital a trabalho passou a aproveitar mais o lazer oferecido. Fernanda Duarte, gerente do Hotel Mercure BH Savassi alega que, embora BH seja considerada ainda um local corporativo, eventos esportivos ou mesmo visitas à cidades históricas mineiras têm contribuído com o melhor alcance do turismo de lazer belo-horizontino.

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