Um recorte dos últimos 30 anos na produção dos principais fotógrafos na cena paraense, a exposição ‘Um País Chamado Pará’ faz sua estreia nacional em BH, com curta temporada na CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais (Av. Afonso Pena, 737, Centro), de 16 a 30/8, com entrada gratuita. A mostra dá ênfase às imagens em suportes alternativos, como foto-esculturas, pinholes, vídeos e videomapping, para destacar a relevância das manifestações daquele estado e da capital, Belém, considerada o maior polo de fotografia do país. “A cidade abriga um número razoavelmente pequeno de fotógrafos, em comparação a outras capitais do Sudeste, mas todos de grande projeção nacional, como aqueles que apresentamos nesta exposição”, aponta a curadora Rosely Nakagawa.

As produções dos fotógrafos paraenses atraem atenção da crítica especializada desde os anos 1980, além de terem ajudado a consolidar as referências regionais para esse tipo de expressão artística. “No cenário cultural, nossa fotografia atua como um núcleo de referência para o desenvolvimento de uma linguagem fotográfica na região amazônica, por incentivar e promover o trabalho coletivo organizado na prática da ideia-ação-reflexão, aprimorando e multiplicando oportunidades de acesso ao exercício de fazer e pensar tal arte, sempre em sintonia com as questões sociais e culturais emergentes”, observa Nakagawa.

A curadora aponta alguns destaques entre as produções selecionadas. “Elza Lima, Guy Veloso, Paula Sampaio e Walda Marques ultrapassam, hoje, as fronteiras da região Norte, sem sair do lugar de origem para produzir sua obra. Registram o povo paraense e a cultura amazônica, em toda sua diversidade e riqueza, e consolidam, com suas obras, o melhor da fotografia, em encontros, publicações, prêmios, mostras nacionais e internacionais”, diz Rosely. Mariano Klautau Filho e Orlando Maneschy entram na mostra com aprofundamento de pensamento crítico sobre a arte contemporânea, enquanto Claudia Leão e Flavya Mutran mergulham nas pesquisas sobre novos suportes e técnicas experimentais. 

A Amazônia é tema inevitável e inesgotável sobre o qual debruçam-se Octavio Cardoso e Patrick Pardini, assim como o cineasta Jorane Castro volta seu olhar para a mesma floresta e, segundo Rosely, constrói “seu roteiro imagético convivendo, estreitamente, desde sempre, com este grupo de artistas, apresentando o cenário de uma região pouco difundida no cinema brasileiro”. Completam a lista de atrações de ‘Um País Chamado Pará’ as obras de Alberto Bitar, Dirceu Maués, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Yan Belém, Rafael da Luz, Wagner Almeida, Irene Almeida, Suely Nascimento, Ionaldo Rodrigues, Betania Barbosa e Emidio Contente.

‘Um País Chamado Pará’
De 16/8 a 30/8 na CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais (Av. Afonso Pena, 737, Centro)
Terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h
Entrada gratuita, sem retirada de ingressos