A
mostra Cinema e Patrimônio Histórico em Minas Gerais surge como mais
uma potência de celebração, difusão e valorização do patrimônio do estado,
ressaltando a importância da cultura mineira, rica em seus 300 anos de
existência. O evento é realizado pela Fundação Clóvis Salgado, por meio
do Cine Humberto Mauro e em conjunto com o Centro Técnico
Audiovisual (CTAv), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e
Artístico de Minas Gerais (IEPHA) e o Arquivo Público Mineiro (APM),
reforçando a parceria entre essas instituições.
São 34 produções, entre curtas e longas,
que ficarão disponíveis do dia 4 (hoje) ao dia 20 de dezembro, de forma gratuita,
na plataforma virtual exclusiva do Cine Humberto Mauro. As classificações
indicativas dos filmes variam conforme o título.
Além
das exibições, a mostra contará com debates sobre cinema, difusão e preservação
do patrimônio histórico dentro das consagradas séries História Permanente
do Cinema Especial e Cinema e Psicanálise.
Destaques da Mostra
Longa-metragem
dirigido por Humberto Mauro com direção de fotografia feita pelo cinematógrafo
Edgar Brasil, Sangue Mineiro (1930) enaltece os aspectos
naturais e urbanos de Minas Gerais, com cenas e planos gerais do estado.
“Priorizando sempre temas nacionais, Mauro sistematizou um novo modo de se
fazer cinema no Brasil. O cineasta dá o nome à Sala de Cinema do Palácio das
Artes e foi contemplado, em 2014, com uma grande retrospectiva”, ressalta Bruno
Hilário, gerente do Cine Humberto Mauro.
O
filme O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade, também
compõe a programação. Livremente inspirado no poema O padre, a moça, de
Carlos Drummond de Andrade, o filme se passa em uma cidade mineira na qual
Mariana (Helena Ignez) se apaixona por um padre (Paulo José) recém-chegado em
missão sacerdotal. Sagrada Família (1970), de Sylvio Lanna, será
outro integrante da agenda. O longa é um dos expoentes do chamado Cinema
de Invenção, e narra a trajetória de quatro membros de uma família burguesa que
se desfazem de seus bens materiais e, consequentemente, de sua história. Cabaret
Mineiro (1979), de Carlos Alberto Prates Correia, é outro dos filmes
da década de 1970 exibidos na mostra.
Os
longas contemporâneos Pipiripau, O Mundo de Raimundo (2013), de Aluízio
Salles Jr; YãmĩYhex: As Mulheres-Espírito (2019), de Sueli Maxakali e Isael
Maxakali; e o documentário em homenagem ao músico e compositor Flávio
Henrique Antes que o tempo defina o que sou (2019), de João
Borges, se unem ao conjunto da programação.
O
destaque também vai para os curtas-metragens A Hora Vagabunda (1998),
de Rafael Conde; Ãgtux (2005), de Tania Anaya; Pólis (2009)
de Marcos Pimentel; Armazém de Imagens (2010), de Maria de
Fátima Augusto; Carga Viva (2013), de Débora de Oliveira; Moto-Perpétuo (2015),
de João Borges; e Nove Águas (2019), de Gabriel Martins.