Mostrar
a relação da ópera com o cinema e outras expressões artísticas, retratando
temas referentes ao universo feminino, aos preconceitos sociais e à busca
ambiciosa pelo poder. Assim foi pensada a mostra Cinema E Ópera: Diálogos,
que integra a temporada de ópera on-line da Fundação Clóvis Salgado. A
programação se iniciou no último dia 3 (terça-feira), e se estenderá até o
próximo dia 22, de forma gratuita, no cinehumbertomauroMais, uma
plataforma exclusiva criada para abrigar as ações virtuais do Cine Humberto
Mauro.
A
exibição reúne 16 obras que serão acompanhadas de 4 mesas-redondas do
História Permanente do Cinema Especial, com transmissões ao vivo. Os filmes
ficarão disponíveis durante toda a mostra, exceto quatro películas que serão
exibidas em um período específico: Ludwig (13/11 a 19/11), Variações de
Casanova (16/11 a 22/11), Amélia (5/11 a 11/11) e Women Without Men (07/11 a
13/11).
A
maioria dos trabalhos são óperas encenadas e gravadas em teatros. A agenda é
composta por clássicos, como Aida e Macbeth, de Giuseppe
Verdi; Turandot e Tosca, de Giacomo Puccini; Don
Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozar; Tristão e Isolda, e Lohengrin,
ambos de Richard Wagner.
O
espectador também poderá assistir O escravo - IV Ato e O guarani
- III Ato, Invocação dos Aimorés, dois títulos raros do cineasta Humberto
Mauro sobre a obra do compositor Carlos Gomes. Ambos os filmes foram
realizados pelo cineasta na década de 1940, período brasileiro marcado pela
campanha de nacionalização promovida durante o Estado Novo, de Getúlio Vargas.
A
curadoria da mostra ficou a cargo do jornalista e crítico musical João
Luiz Sampaio, editor executivo da Revista Concerto, colaborador do jornal O
Estado de S. Paulo e organizador da coletânea Ópera à Brasileira, obra que
reúne artigos de especialistas sobre a presença do gênero em território
nacional, suas transformações, funções e diferenciais.
Confira a programação das
mesas-redondas
Ópera e cinema:
história e novos horizontes
A mesa se propõe
a recuperar os grandes diretores que levaram óperas ao cinema. O olhar
histórico se mistura a questões atuais, colocadas pelos filmes selecionados
para a mostra: a transmissão ao vivo de produções e a nova estética que ela
sugere.
Convidados: Irineu
Franco Perpetuo, crítico de ópera e Paulo Szot, barítono
Data e horário:
10/11, às 19h30
Dirigindo Carlos
Gomes
A mesa discutirá
o modo como se recria as óperas do compositor Carlos Gomes no palco, a partir
da presença na mostra da nova produção da ópera Lo Schiavo, dirigida pelo
italiano David Raimondi Garattini.
Convidados: Davide
Garattini Raimondi, diretor teatral e Caetano Vilela, diretor teatral
Data e horário:
13/11, às 19h30
Ópera e trilhas
sonoras
A ópera e o modo
como propõe uma dramaturgia musical, ou seja, a presença da música como
narradora de uma história, serviu de inspiração para as trilhas sonoras de
filmes desde o nascimento do cinema – com compositores, como Puccini, criador
da Tosca, ou Wagner, autor de Lohengrin e Tristão e Isolda, como influências
marcantes.
Convidados: Silvio
Viegas, maestro e Leonardo Martinelli, compositor
Data e horário:
16/11, às 19h30
A ópera e o
“outro”
A proposta da
mesa é discutir o modo como a ópera retratou o “outro” ao longo de sua história
e a discussão crescente, nos últimos anos, a respeito da necessidade de se
evidenciar em produções o preconceito de época na criação de importantes obras,
presente em filmes como Aida, Women without men e Alma.
Convidadas: Edna
D’Oliveira, soprano e Julianna Santos, diretora
Data e horário:
19/11, às 19h30