No lançamento de turnê estadual, a Filarmônica de Minas Gerais faz a primeira parada em Contagem, na Região Metropolitana de BH. O concerto gratuito e ao ar livre acontece neste domingo (21 de abril), às 11h, na Praça da Glória (Eldorado – Contagem). A apresentação é aberta ao público, sem retirada prévia de ingressos.

O maestro José Soares, regente associado da Filarmônica, conduz a orquestra em um repertório constituído por grandes clássicos da música sinfônica, como ‘O Quebra-Nozes’ de Tchaikovsky (1840-1893), ou ‘Batuque da ópera Malazarte’, do brasileiro Lorenzo Fernandez (1897-1948). Também constam no programa composições memoráveis e já popularizadas de mestres como Mozart, Strauss Jr e Brahms.

Música de concerto para todos os públicos

A estreia da turnê que a Filarmônica fará por Minas acontece em uma das maiores cidades do estado, e não por acaso. O concerto em praça pública no Eldorado vai de encontro à missão de democratizar o acesso ao repertório de música clássica. Uma das finalidades primordiais da orquestra estadual é, mais do que apresentar estas composições, fazer com que o público perceba que já é familiarizado com boa parte delas. 

“A imensidão e grandiosidade das terras mineiras é o que nos inspira para levar um repertório que mostre o quão grande também é o mundo da música de orquestra, e sobretudo, o quão perto está de nossas vidas”, contextualiza o maestro José Soares. A apresentação terá tradução em Libras.

Sobre o repertório clássico-pop

O maestro José Soares aprofunda as observações sobre as composições selecionadas para o concerto, explicitando o apelo que algumas têm com o grande público. Outras, ele aponta, são obras que conectam o repertóio sinfônico a elementos da cultura popular. 

“As duas primeiras obras, de Bizet e Tchaikovsky, evocam tradições regionais de dança: a farândola, de uma França medieval, e a polonaise. Compartilhamos uma versão orquestrada de um ‘hit’ de Mozart, o ‘Rondo alla Turca’. A partir daí, vamos nos encantar com as belezas melódicas da ‘Barcarolle’ de Offenbach, de uma valsa de Tchaikovsky, uma canção de ninar de Brahms e as ‘Danças Polovtsianas’ de Borodin”, detalha o regente.

Na segunda metade do concerto, as atenções se voltam às contribuições do Brasil e de outros países latinos para a construção do repertório clássico, com composições do mexicano Carlos Chávez e do brasileiro Lorenzo Fernandez. Um aceno elegante à bossa nova arremata o espetáculo, reafirmando a conexão do universo de instrumentos eruditos com o cancioneiro que tem apelo popular. 

“Concluímos com uma homenagem à tradição musical brasileira, com uma suíte de temas da Bossa Nova, composta especialmente para a Filarmônica por Leonardo Gorosito. Compartilhar este programa é reafirmar a nossa missão de conectar nossa linguagem artística com a comunidade que nos cerca – somos de Minas e do mundo, viajando por todos os cantos e encantos”, reafirma José Soares.

Programa do concerto

Bizet: ‘L’Arlésienne: Suíte nº 2: Farandole’
Tchaikovsky: ‘Eugene Onegin: Polonaise’
Mozart: ‘Rondo alla Turca’
Offenbach: ‘Contos de Hoffman: Barcarola’
Tchaikovsky: ‘O Quebra-nozes: Valsa das flores’
Bramhs: ‘Acalanto, op. 49’
Borodin: ‘Príncipe Igor: Danças Polovtsianas’
Strauss Jr: ‘Trovão e Relâmpago, polca, op. 324’
Marquez: ‘Danzon’
Fernandez: ‘Malazarte: Batuque’
L. Gorosito: ‘Suíte Bossa’, temas de Baden Powell e João Donato