FecharX

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Sala Minas Gerais

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Evento encerrado

Data

30/11/17 até 01/12/17

Qui, Sex | 22:30


Créditos da imagem: Rafael Motta/Divulgação

Nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, na Sala Minas Gerais, às 20h30, o pianista Paulo Álvares interpreta a obra O livro dos seres imaginários, de autoria de seu irmão, Eduardo Álvares (1959-2013), compositor mineiro de vasta produção e forte atividade na música contemporânea brasileira. Com regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra interpreta ainda a peçaA Sudden Rainbow, do norte-americano Joseph Schwantner, e encerra a noite com a Quarta Sinfonia de Tchaikovsky.

Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas que a Filarmônica promove antes das apresentações, das 19h30 às 20h,o palestrante das duas noites será o percussionista da Filarmônica de Minas Gerais e curador dos Concertos Comentados, Werner Silveira. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité e contam com o patrocínio da Picchioni Câmbio por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais.

O repertório

Joseph Schwantner (Chicago, Estados Unidos, 1943) e a obra A Sudden Rainbow (1986)

Em 1982, a fim de reaproximar compositores, orquestras e público norte-americano, o programa Meet the Composer [Conheça o Compositor] selecionou cinco importantes nomes para dois anos de residência em cinco das maiores orquestras dos EUA. Assim, Joseph Schwantner iniciou sua colaboração com a St. Louis Symphony, para a qual escreveu A Sudden Rainbow [Um arco-íris súbito]. Estreada em 1986, a obra foi indicada no ano seguinte ao Grammy de Melhor Composição de Música Clássica Contemporânea e recebeu o terceiro prêmio no Kennedy Center Friedheim Award. A Sudden Rainbowoferece aos ouvidos um equivalente daquilo que o arco-íris traz aos olhos. Descrito pelo compositor como um fenômeno ofuscante, de beleza luminosa e prismática, o “arco-íris contém as cores puras do espectro visual em faixas consecutivas e é formado no céu pela refração, reflexão e dispersão dos raios do sol na chuva ou na neblina”. Analogamente, a música, escrita de forma simétrica, “frequentemente se desdobra em camadas estratificadas de cores orquestrais”, modeladas “pelo equilíbrio de forças tímbricas e espaciais em jogo na obra”.

Eduardo Álvares (Uberlândia, Brasil, 1959 – Belo Horizonte, Brasil, 2013) e a obra O livro dos seres imaginários (2006)

A música fixou-se logo como a forma preferida de expressão do mineiro Eduardo Álvares, bem como o fio condutor de uma proposta estética que tem origem nas artes plásticas e estende-se ao universo da dança, teatro, cinema e literatura. Sua vastaprodução musical agrupa-se em três períodos. A fase de formação e de experimentação reúne obras de orientação surrealista e dramática, frutos da acumulação do trabalho com massas sonoras e harmonias dissonantes, linguagem serialista e espetáculos cênico-musicais. A segunda fase estende-se de 2001 a 2007, período no qual o compositor reorientou sua produção em direção a um pós-tonalismo mais convencional. A última fase retoma elementos da primeira, de caráter experimental, e assimila elementos musicais mais ásperos, dissonantes e dramáticos. A obra O livro dos seres imaginários foi inspirada no livro homônimo de Jorge Luis Borges. Trata-se de uma homenagem à música latino-americana primitivista de Villa-Lobos e Revueltas e sinaliza o fim do segundo período composicional de Álvares. Escrito em quatro movimentos, o concerto joga com desníveis de linguagem e rejeita o “nacionalismo melódico e sentimental” em favor de uma força selvagem, percussiva e não europeia. Nas palavras de seu dedicatário e intérprete, Paulo Álvares, irmão de Eduardo, O livro dos seres imaginários “retrata o universo poético de Borges em toda sua estranheza, sua violência atávica e magmática, seu primitivismo moderno revisitado e sua aureolada matéria sonora em fusão”.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (Votkinsk, Rússia, 1840 – São Petersburgo, Rússia, 1893) e a obra Sinfonia nº 4 em fá menor, op. 36 (1877/1878)

A composição da Sinfonia nº 4 está intimamente ligada ao aparecimento de Nadezhda von Meck na vida de Tchaikovsky. Musicista amadora e excelente administradora, mantinha um grupo de artistas à sua disposição. Em 1876 encomendou a Tchaikovsky uma peça para violino e piano. Nascia aí um amor platônico e obsessivo e um caso duradouro de mecenato. Madame von Meck depositava mensalmente uma soma considerável de rublos para o compositor, destinada a liberá-lo de dar aulas para sobreviver, dedicando-se inteiramente à composição e às viagens. Os dois trocaram mais de mil cartas, e a única imposição feita por von Meck foi a de que nunca se encontrassem pessoalmente. Os primeiros esboços da Quarta Sinfonia datam de fevereiro de 1877. Na época, além de ocupado com a composição da ópera Eugene Onegin, Tchaikovsky embarcara em um casamento desastrado com sua antiga aluna Antonina Miliukova. A orquestração dos três primeiros movimentos foi concluída em Veneza, no mesmo ano. A conclusão de seu amado opus 36 viria no dia 7 de janeiro de 1878, em San Remo. Considerada pelo compositor como uma de suas melhores obras, a Sinfonia nº 4 foi naturalmente dedicada a Mme. von Meck.

Maestro Fabio Mechetti

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de MstislavRostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de ToscaTurandotCarmemDon GiovanniCosì fan tutteLa BohèmeMadame ButterflyO barbeiro de SevilhaLa Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

Paulo Álvares, piano

Professor de música de câmara contemporânea e improvisação na Escola de Música de Colônia e fundador do Ensemble for Aleatoric Music, Paulo Álvares é requisitado como pianista solo e camerista, particularmente em música contemporânea. Mineiro, nascido em 1960 e formado pela USP, estudou nos Estados Unidos com Caio Pagano e Steven De Groote, recebendo seu título de Mestre pela Universidade Cristã do Texas. Frequentou, com bolsa do DAAD – Intercâmbio Acadêmico Alemão –, a Escola Superior de Música de Colônia, onde aperfeiçoou-se com Aloys Kontarsky e Hans Ulrich Humpert. Recebeu o Prêmio de Música Kranichstein no Darmstadt New Music Courses. Eduardo trabalhou com regentes e compositores como Mauricio Kagel, Helmut Lachenmann, Luciano Berio, Earle Brown, Tristan Murail, Emmanuel Nunes, Péter Eötvös, Dieter Schnebel e Gerhard Stäbler. Colaborou ainda com as orquestras Sinfônica de WDR, Sinfônica de Gürzenich, Sinfônica Bochumer e também com diversos grupos de música nova.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2008. Após meses de intenso trabalho, músicos e público viam um sonho tornar-se realidade com o primeiro concerto da primeira temporada da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, nasceu com o compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal. Um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil, reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, em 2017 a Filarmônica está apresentando sua décima temporada e continua contando com a participação de grandes músicos para celebrar a Música e o respeito conquistado junto ao público.

SERVIÇO

Série Presto

30 de novembro – 20h30

Sala Minas Gerais

Série Veloce

1º de dezembro – 20h30

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente

Paulo Álvares, piano

SCHWANTNER A Sudden Rainbow

E. ÁLVARES O livro dos seres imaginários

TCHAIKOVSKY Sinfonia nº 4 em fá menor, op. 36

Ingressos: R$ 40 (Balcão Palco e Coro), R$ 50 (Mezanino), R$ 62 (Balcão Lateral), R$ 85 (Plateia Central) e R$ 105 (Balcão Principal).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Reportar erro
Encontrou algum erro? Informe para a gente.

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com nossa Política de privacidade e nosso Termo de Uso e, ao continuar navegando, você concorda com essas condições.