Em 1928, Mário de Andrade concebeu Macunaíma (1928) como uma
rapsódia, costurando e recriando fragmentos de histórias, mitos e lendas
indígenas. A narrativa épica, com farto uso de linguagem oral, virou uma
espécie de símbolo da identidade cultural brasileira desde então. Após
enveredar pela obra de Ariano Suassuna no premiado Suassuna – O Auto do Reino
do Sol, a companhia Barca dos Corações Partidos resolveu se debruçar sobre este
clássico modernista em seu novo espetáculo.
A produtora Andrea Alves, idealizadora do projeto, fez o
convite para Bia Lessa assinar a direção da empreitada. As duas potências
artísticas vão se encontrar no palco do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
de Belo Horizonte, a partir de 28 de junho.
Além do elenco da Barca, formado por Adrén Alves, Alfredo
Del-Penho, Beto Lemos, Fábio Enriquez, Eduardo Rios, Renato Luciano e Ricca
Barros, a encenação conta ainda com seis artistas escolhidos por testes (Ângelo
Flávio Zuhalê, Hugo Germano, Lana Rhodes, Lívia Feltre, Sofia Teixeira e Zahy
Guajajara) e o músico Pedro Aune. O processo criativo durou sete meses, entre audições,
oficinas, encontros, leituras e ensaios.
A encenação de Bia Lessa propõe uma reflexão sobre a vida contemporânea, transformando o texto em uma rapsódia musical. A peça conta a história de Macunaíma, um índio e quilombola, que se vê forçado a se deslocar para a cidade grande, onde tudo é diferente e assustador. Ao voltar para casa, ele descobre que o lugar foi dizimado e pensa que não há mais espaço para ele no mundo.
A temporada vai até 14 de julho, os ingressos antecipados custam R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira) e estão à venda no Eventim.