Teatro

Matraga: ópera mineira ressoa a genialidade de Guimarães Rosa

Palácio das Artes - Centro

Av. Afonso Pena, 1537 Centro - Belo Horizonte/MG

Evento encerrado
Data

De 25/10/2023 até 28/10/2023

Qua, Sex, Sáb | 20:30 - 22:00

Dom | 19:00 - 21:00


Créditos da imagem: Guto Muniz
Um mergulho no universo rosiano toma o palco do Palácio das Artes em Belo Horizonte
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Inspirada no conto “A Hora e a vez de Augusto Matraga”, de “Sagarana”, obra de João Guimarães Rosa, a cidade de Belo Horizonte dá boas-vindas à  ópera Matraga. O Grande Teatro do Palácio das Artes é o cenário escolhido para mergulhar o público na magia do universo rosiano, que teve estreia na quarta-feira (25/10) e apresentações nas noites de sexta-feira (26/10), sábado (27/10) e domingo (28/10).

A produção da Fundação Clóvis Salgado celebra o legado de Rufo Herrera, compositor e libretista que, ao celebrar seus 90 anos, nos presenteia com sua interpretação lírica e envolvente da história de Matraga. A obra ganha vida com a colaboração do Coral Lírico de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e da Cia. de Dança Palácio das Artes. O ator Gilson de Barros narra a saga de Matraga, trazendo consigo uma familiaridade profunda com o universo de Guimarães Rosa.

Ligia Amadio assume a batuta em boa parte das apresentações, compartilhando a regência com André Brant no dia 28 de outubro. Todo o espetáculo foi cuidadosamente arquitetado por talentos do cenário artístico, desde a concepção cênica de Rita Clemente até os detalhados figurinos de Sayonara Lopes.

Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado, destaca o caráter inovador da obra. “Escolhemos o que em Minas é mais universal: a genialidade de João Guimarães Rosa. As apresentações no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes darão aos espectadores a oportunidade de desfrutar de um momento único, de rara criatividade e expressão artística. O Palácio das Artes junta-se às realizações de âmbito nacional, mobilizando a força criadora de uma das mais importantes e expressivas estruturas de produção artística do país. A obra e o espetáculo incorporam-se à dramaturgia mineira”.

A ópera não segue os moldes convencionais, sendo permeada por elementos musicais variados e ricos. Herrera revela que sua escolha pelo conto de Matraga se deve ao profundo impacto que a literatura rosiana exerce sobre ele, aliada à reflexão filosófica sobre a eterna dualidade humana entre o bem e o mal.

“Venho da música folclórica, popular, e fui para a erudita. Minha opção pelo conto A Hora e a Vez de Augusto Matraga para uma obra cênico-musical, devo-a, em primeiro lugar, à minha vivenciada identificação com o universo da literatura rosiana, sua força poética, que me inspira, e sua filosófica revelação do ser humano em profundidade. O homem lá, onde João Guimarães Rosa o foi buscar – O Sertão das Gerais – oscila permanentemente entre o bem e o mal. Ora se apruma, ora cai ao nível da fera, ora paira acima de Deus e do diabo”. 

No Foyer do Palácio das Artes, os visitantes podem apreciar a cultura local, desde belas xícaras artesanais do grupo feminino Ceramistas Maria Quem Dera de Pedro Leopoldo até os bordados da Associação de Bordadeiras do Município de Andrequicé.

Além das maravilhas do artesanato mineiro, uma coleção especial de livros de Guimarães Rosa, incluindo edições raras e comemorativas, estará em exibição. Estes livros, provenientes das Coleções Especiais da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, oferecem uma chance única de se aproximar do legado literário do estado.

Matraga, da obra de João Guimarães Rosa | Ópera em três atos, de Rufo Herrera 
Dias 25 (quarta-feira), 27 (sexta-feira) e 28 de outubro (sábado), às 20h30; 29 de outubro (domingo), às 19h
Grande Teatro Cemig Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1.537, Centro, Belo Horizonte
Ingressos: R$60,00 (inteira – Plateias I e II) e R$50,00 (inteira – Plateia Superior)
Venda: Bilheteria do Palácio das Artes e Eventim
Classificação Indicativa: 14 Anos