A Cia Pierrot Lunar lança a mostra “Teatro na Tela”, evento online, idealizado pela trupe, que traz de 16 a 22 de junho experimentações de artistas da cena brasileira em teatro digital. São doze criações – obras inéditas e adaptadas para o Youtube. As transmissões são diárias, em horários variados, ao vivo, no Youtube e Instagram da Cia Pierrot Lunar. Na abertura (16), quarta-feira, tem bate-papo, a partir das 19h, com alguns artistas brasileiros que vêm realizando experimentos digitais como Yara de Novaes (SP – Grupo 3 de Teatro), Eduardo Moreira (MG - Grupo Galpão), Giordano Castro (PE - Magiluth) e Ivam Cabral (SP - Satyros).
Desde o início da quarentena, a Cia Pierrot Lunar tem pesquisado formatos e linguagens artísticas diversas no ambiente virtual, inclusive aberto espaço, no próprio Youtube, por meio de mostras e festivais online, para que artistas da cena e do audiovisual também possam expor seus trabalhos. “É um momento de grande resistência para a arte frente a esse contexto de pandemia. E entendemos que partilhar é uma forma de estarmos juntos, criando novas possibilidades artísticas”, afirma Léo Quintão, ator-fundador da Cia Pierrot Lunar.
A mostra Teatro na Tela traz 12 criações inéditas com temáticas diversas, como questões raciais e de identidade, além de discussões sobre crimes ambientais (barragens), sobre imigração e sobre os desafios da comunicação em tempos digitais, as relações humanas e subjetividades em contexto de pandemia etc. As obras estão divididas nas seguintes categorias: “Na Tela”, “Tela a Tela” e “Palco na Tela”.
A categoria “Na Tela” prevê seis espetáculos de até 15 minutos, inéditos ou não, com dois ou mais atores que convivam no mesmo ambiente/casa, com transmissão, ao vivo, pelo Instagram do Espaço Aberto Pierrot Lunar, utilizando apenas uma tela que ficará disponível no IGTV e no Canal do Youtube, enquanto durar o evento. Os artistas terão apoio técnico remoto para dúvidas e testes de transmissão. Nesta categoria serão apresentadas: In Cômodo ou o que temos pra hoje? (Zula Cia de Teatro - Belo Horizonte/MG), desCOnVID-me (Mariana Azevedo Produções - Carbonita/MG), Assurubyn (Belo Horizonte/MG), O Livro dos Abraços (Aviva Produções - Rio de Janeiro/RJ), Sal (Grupo de Dois - Belo Horizonte/MG) e Pocket Showzaças- Show de Palhaças (Minha Companhia - Belo Horizonte/MG).
Já “Tela a Tela” reúne três espetáculos de até 30 minutos, inéditos ou não, em que os artistas estão localizados em ambientes/casas diferentes, contracenando cada um de sua tela. A transmissão será ao vivo, no Youtube da Cia Pierrot Lunar, e ficará disponível no canal até o final da mostra. “Tanto para a categoria ‘Tela a Tela’ quanto para ‘Na Tela’, vamos deixar as transmissões rolando em tempo real após as apresentações, cerca de 5 minutos para uma breve interação com o público, pelo chat da plataforma”, explica a atriz e fundadora da companhia, Neise Neves. Foram selecionadas: MPR - Mulheres Poetizando a Resistência (Grupo de Teatro Morro Encena - Belo Horizonte/MG), Porco Solidão (Belo Horizonte/Viçosa/MG) e Projeto Selvageria (Coletivo Sala Vazia - Belo Horizonte/MG).
O “Palco na Tela” prevê três espetáculos teatrais que foram concebidos originalmente para o palco e gravados em período anterior à pandemia, no teatro, na rua ou em espaço alternativo, com público presencial. As obras serão transmitidas pelo canal da Cia Pierrot Lunar, no Youtube, e permanecem disponíveis no canal de transmissão até o final do evento. Para esta categoria foram selecionadas: Desmonte (Grupo Girino - Belo Horizonte/MG), E se todas se chamassem Carmen? (Breve Cia. - Belo Horizonte/MG) e Refugium ou enraizamento no voo? (Ana Gabi - São Paulo/SP)
Todas as obras transmitidas, ao vivo, durante o evento, ficarão com suas gravações disponíveis até o final da mostra, em versão legendada no Youtube. No encerramento, haverá um bate-papo ao vivo, com os artistas participantes, no dia 22 de junho, a partir das 19h.
Durante o evento, ficará disponível ainda no Youtube da Companhia, um terceiro bate-papo gravado, sobre Ferramentas para o Teatro na Tela - novas técnicas no teatro, em tempos digitais. Ao longo da programação, o público também acompanha o “Olhares”, breves resenhas com Bremmer Bram ma e jornalistas convidadas, sobre as obras da mostra, que serão disponibilizadas no Youtube e Instagram, em formato de pílulas de vídeo.
Programação:
TELA
A TELA - Youtube
DIA
17 JUN – QUINTA
20h. - MPR - Mulheres Poetizando a Resistência
Grupo de Teatro Morro Encena - Belo Horizonte/MG
30 minutos
"MPR
é um experimento teatral inspirado em narrativas poéticas de mulheres negras e
periféricas, cujas trajetórias dizem muito de nós, também mulheres, sendo
a maioria preta e favelada.
E
aí, o que é MPR para você?"
Direção: Sandra Sawilza
Dramaturgia: Construção Coletiva
Atrizes: Andresa Romão, Beatriz Alvarenga, Érica Lucas, Fabiana Martins,
Sandra Sawilza, Thamara Selva
Produção e Direção de Arte: Andresa Romão
DIA
18 JUN - SEXTA
20h. - PORCO SOLIDÃO
Porco Solidão - Belo Horizonte/Viçosa/MG
30 minutos
Trata da condição transitória e solitária do ser humano frente a
situações que parecem comuns, mas que revelam a estranheza e as angústias que
atravessam o nosso cotidiano. A busca por um significado para nossas vidas nos
lança em um redemoinho de ações, sentimentos e pensamentos, que procuram
reinventar a solidão existencial de cada um de nós, sobretudo neste momento
histórico da humanidade, marcado por uma pandemia mundial.
Criadores e intérpretes: Jeane Doucas, Marcelo Miyagi e Roberson Nunes
Dia 19
- Sábado
20h. - PROJETO SELVAGERIA
Coletivo Sala Vazia - Belo Horizonte/MG
15 minutos
Dois performers, isolados e mediados pelos seus celulares, tentarão,
neste podcast multimidiático pandêmico em processo, transcriar Selvageria,
conto pouco conhecido do dramaturgo Nelson Rodrigues, encarando temas
contemporâneos terríveis, tais como a violência contra a mulher e o feminicídio.
Ficha Técnica
Concepção, roteiro, direção e performance: Mariana Rabelo e Fernando
Barcellos
Produção: Mariana Rabelo
Realização: Coletivo Sala Vazia
Na
Tela – Instagram
Dia
20 - Domingo
19h - IN CÔMODO OU O QUE TEMOS PARA HOJE?
Zula Cia de Teatro - Belo Horizonte/MG
15 minutos
O trabalho revela a tentativa de um casal de atores em realizar uma peça
de teatro ao vivo, através de uma live, dentro da casa habitada também pelo
filho de 3 anos e uma cadela. Ele traz à tona os incômodos dessa criação
virtual ao mesmo tempo que celebra a força da arte e do teatro, sem ignorar a
realidade cotidiana da casa, que pode invadir a cena, sem tempo para ensaio.
Concepção, direção, dramaturgia e atuação: Talita Braga e Cristiano
Araújo
Grupos parceiros: Zula Cia de Teatro e Armatrux
Consultoria tecnológica e edição ao vivo: André Veloso
Iluminação: Cristiano Araújo
Olhar de fora: Mariana Maioline e Andréia Quaresma
Agradecimentos: José Marcelo Rodrigues, Bento Rodrigues e Maria José (a
cadela)
19h30 - desCOnVID-me
Mariana Azevedo Produções - Carbonita/MG
15 minutos
A palhaça Florisberta e o seu Gerônimo continuam a saga da luta contra o
COVID e das penúrias do isolamento social e seus desdobramentos.
A rotina, o tédio e o convívio entre eles geram inúmeras situações um
tanto quanto caóticas onde o público se diverte dentro de uma identificação com
essas personas nada convencionais.
Concepção, roteiro, atuação: Mariana Azevedo
Roteiro e atuação: Leo Ortiz
20h - ASSURUBYN
Belo Horizonte/MG
15 minutos
Dizem que sua mãe pariu um peixe. Nascida e jogada na bacia pra num
morrê seca. Peixe pintado que pula no leito e some, vira água de rio. Forte qui
nem correnteza, pele de areia de fundo d´água. Ela: Assurubyn.
Concepção, direção e figurino: Lira Ribas
Elenco: Lira Ribas e Jeffim Dabazi
Trilha: Jeffim Dabazi e Lira Ribas
Artista Visual: Davi de Jesus do Nascimento
DIA 21 JUN - SEGUNDA
19h - O LIVRO DOS ABRAÇOS
Aviva
Produções - Rio de Janeiro/RJ
15 minutos
Uma atriz e um músico. Um casal na vida real, que se vê preso na
pandemia e dialoga um trabalho juntos. Ela traz textos de Eduardo Galeano, com
o auxílio da linguagem de sinais (LIBRAS) e de gestos psicológicos. Ele traz de
sua orquestra, o repertório clássico que desenha os sentimentos das narrativas.
Tratam de repressão, dor, manipulação, morte e também de superação, união.
Atuação Glauce Guima
Violino Clóvis Pereira Filho
19h30 - SAL
Grupo de Dois - Belo Horizonte/MG
11 minutos
Um embate verbal entre duas personagens à mesa cria um imprevisível jogo
cênico
Concepção, adaptação, direção e realização: Grupo de Dois
Em cena: Kauê Rocha e Marlon de Paula
Texto: Marcus Borja
Produção: Kauê Rocha
Filmagem: Bianca Furtado
20h - POCKET SHOWZAÇAS _ SHOW DE PALHAÇAS
Minha Companhia - Belo Horizonte/MG
15 minutos
É um show cênico que une música e palhaçaria. Em cena, Janaina Morse e
Maria Tereza Costa, representadas pelas palhaças Tecla e Brisa,
respectivamente. Contém somente composições autorais, criadas e executadas em
sua totalidade pelas duas artistas. As músicas abordam o tema quarentena e suas
diversas faces e fases.
Produção e realização: Minha Companhia
Atuação: Janaina Morse – Palhaça Brisa e Maria Tereza Costa – Palhaça
Tecla
Criação, concepção e composições: Janaina Morse e Maria Tereza Costa
PALCO
NA TELA - Youtube
De 16 a 22 de junho
DESMONTE
Grupo Girino - Belo Horizonte/MG
Ano de Gravação: 2019
50 minutos
O espetáculo é inspirado nos rompimentos de barragens da mineração em
Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. A dramaturgia percorre narrativas de
personagens silenciados pelas tragédias da mineração, propondo uma resistência
necessária contra o esquecimento destes crimes.
Direção e dramaturgia: Tiago Almeida
Direção de arte e cenografia: Taisa Campos
Elenco: Iasmim Marques, Kely de Oliveira e Marco Aurélio Bari
Iluminação: Pedro Paulino e Richard Zaira (Cia Tecno)
Construção de maquetes e miniaturas: Gustavo Campos Lages (Ed), Iasmim
Marques, Igor Salgado, Kely de Oliveira, Marco Aurélio Bari, Taisa Campos e
Tiago Almeida
Construção de bonecos: Gustavo Campos (Ed)
Pintura e acabamentos: Igor Salgado
Assistência de ateliê: Amanda Porto e Yuri Victory
Figurino: Iasmim Marques
Consultoria técnica audiovisual: Guilherme Pedreiro e Daniel S. Ferreira
Trilha sonora: Tiago Almeida
Produção executiva: Iasmim Marques
Filmagem: Limonada Audiovisual
Fotos: Hugo Honorato
E SE TODAS SE CHAMASSEM CARMEN?
Breve Cia. - Belo Horizonte/MG
Ano de Gravação: 2017
72 minutos
Constrói um discurso poético a partir das feminilidades negras,
apresentando vivências, memórias e complexidades de três personagens chamadas
Carmem. Questões sociais e políticas atravessam as falas e as corpas dessas
Carmens, marcadas pelo Racismo, pela solidão, pelo vazio e pela busca
constante, uma busca encontrar o corpo do filho, a outra busca coragem para
sair do quarto que a aprisiona e a terceira busca modos de manter-se viva na
rua.
Direção: Adriano Borges
Assistente de direção: Anair Patrícia
Elenco: Anair Patrícia, Amora Tito e Renata Paz
Concepção e Dramaturgia: Breve Cia
Iluminação: Gato de Luz (Regéles Queiroz)
Arte Gráfica: Quartinho
Produção Executiva: Jô Arllen
Fotógrafo: Pablo Bernardo
Comunicação: Kelli Oliveira
Vídeo, câmera e direção de fotografia: Kléber Bassa
REFUGIUM OU ENRAIZAMENTO NO VOO
São Paulo/SP
Ano de Gravação: 2019
40 minutos
Se um conflito te obrigasse a fugir de casa, o que você levaria? Como é
sentir saudades de um lugar que não é seguro para você? Como se faz para viver
aqui, ali e lá? Borda. Fronteira. Limite. Qual a direção que você seguiu? Como
você chegou até aqui? Quem é você? Como vamos esperar que nos acolham nos novos
territórios do futuro, quaisquer que sejam, se nós mesmos não formos capazes de
estender os braços a quem procura?!
Direção: Daniella Visco
Atuação: Ana Gabi
Dramaturgia: Raíssa Uraba
Participação especial: José Miguel Silva Ocanto
Luz: Lucas Matias
Música Original: Renato Brandão
Voz em off: José Miguel Silva Ocanto
Preparação Vocal: Izza
Fotografia: Junior Silva
Vídeo: Ramon Brant