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30 canções de samba

Conheça algumas músicas de samba e um pouco da história do ritmo



Créditos da imagem: João Cândido Silva
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Dia dois de dezembro é o Dia Nacional do Samba
Redação Sou BH
23/01/15 às 01:32
Atualizado em 01/02/19 às 20:03

Por Camila de Ávila, jornalista do Sou BH

Vai passar por essa lista, um samba popular. Um não: vários! Instituído por iniciativa do vereador baiano, Luís Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso, que fez sua primeira visita à Bahia no dia 2 de dezembro, depois de ter gravado sambas como “Na Baixa do Sapateiro” e “Você já foi a Bahia”, nasceu a comemoração do Dia do Samba.  Este ritmo é considerado por estudiosos da música brasileira como a identidade nacional, por representar a nação de forma muito clara, tanto no seu ritmo, como em suas letras.  Discriminado na sua origem e admirado hoje, o samba é, segundo Marcelo D2, a batida perfeita.

O Sou BH listou cinco músicas que representam o ritmo e seus subgêneros derivados (pagode, samba rock, samba-canção, samba enredo e samba joia), para você ouvir. Você pode apontar mais canções que são do ritmo da nossa nação. Comente aí!

Samba

- Com que roupa – Noel Rosa
- Se você jurar – Ismael Silva
- Casa de Bamba – Martinho da Vila
- Timoneiro – Paulinho da Viola
- Jura – Sinhô

Pagode

- A Batucada dos Nossos Tantãs - Sereno, Adilson Gavião e Robson Guimarães
- Insensato Destino – Almir Guineto
- Caraca Muleke – Thiaguinho
- Quando eu contar - Serginho Meriti, Beto Sem Braço 
- Tá escrito – Xande De Pilares, Gilson Bernini, Carlinhos Madureira

Samba-Rock

- Coqueiro Verde – Erasmo Carlos
- Carolina – Seu Jorge
- Nem Vem Que Não Tem – Carlos Imperial
- Mais que nada – Sérgio Mendes
- Menina mulher da pele preta – Jorge Ben Jor

Samba-Canção

- Castigo – Dolores Duran
- Último desejo – Noel Rosa
- Camisa Amarela- Ary Barroso
- A flor e o Espinho – Nelson Cavaquinho
- As rosas não falam - Cartola

Samba-Enredo

- Aquarela do Brasil - (Império Serrano – 1964)
- É hoje (União da Ilha-1981)
- Atrás da Verde e Rosa só não vai quem já morreu (Mangueira 1994)
- Explode Coração – (Salgueiro 1993)
- Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós (Imperatriz – 1989)

Samba-Joia

- Deixa eu te amar – Agepê / Ismael Camillo / Mauro Silva 
- Retratos de Cetim – Benito Di Paula
- Bola dividida – Luís Ayrão
- Camisa 10 - Luís Vagner e o Hélio Matheus
- Mulher Brasileira – Benito Di Paula

Confira aqui a lista de onde você pode sambar em BH.


Quer saber mais?

Como já falamos aqui no Sou BH, o samba (ou semba, como é a origem de seu nome), que nasceu da dança, mais especificamente do lundu, que era executado a partir dos batuques africanos, em especial do candomblé, foi chamado de maxixe e tango brasileiro. É relatado que o primeiro samba gravado foi “Pelo telefone”, em 1917, de Donga. Na Bahia, neste mesmo período, eram realizados os sambas de roda, que era a dança derivada da capoeira.

O samba sofreu muita discriminação e seus compositores e músicos eram perseguidos pela polícia e criminalizados pela sociedade. Pensando com a cabeça do início do século passado, o samba realmente não tinha muita chance de ser bem visto. Era um ritmo de pessoas que moravam na favela (lugar visto por alguns com preconceito até hoje). Outra questão muito importante que deixa o samba em maus lençóis aos olhos da sociedade era a sua indecência. Para dança-lo, as mulheres levantavam as saias até a altura da canela, e no passo mais característico do lundu, a umbigada, os umbigos de homens e mulheres ficavam colados e o quadril fazia um movimento giratório. A outra questão importante é que neste período pessoas vistas com instrumentos musicais na rua eram consideradas vagabundas. Como diz João Nogueira e Paulo César Pinheiro na canção “E lá vou eu”, “Ai, se não fosse o violão/E o jeito de fazer samba/Do tempo que quem fazia/Corria do camburão”.

O samba virou a identidade nacional quando os jovens do asfalto, que não moravam na favela, começaram a se interessar pelo ritmo. O primeiro deles foi Noel Rosa, que era estudante de medicina. Pode-se dizer que o samba nasceu no morro do Estácio, que deu origem a extinta escola de samba Deixa Falar, e depois foi para as outras comunidades, como a da Mangueira, originando a escola de samba Estação Primeira de Mangueira; Oswaldo Cruz, que deu origem a Portela; e da cadeia montanhosa da Tijuca, dando origem a Unidos da Tijuca. Essas são as três escolas de samba mais antigas do Brasil. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), passou a considerar, em 2011, a Estácio de Sá como primeira Escola de Samba do país.