Artista apresenta sucessos como 'Você Me Vira a Cabeça' e 'A Loba' no Arena Hall
Fruto da lendária parceria entre Baden Powell e Vinicius de Moraes, ‘Pra Que Chorar’ costuma abrir o show que celebra mais de meio século da presença de Alcione sobre os palcos. “Pra que sofrer, se a lua vai nascer/E é só o sol se pôr”, questiona um trecho da canção que dá nome ao terceiro dos mais de 30 discos de inéditas da cantora, lançado em 1977.
A indagação sobre a validade do sofrimento sintetiza bem o repertório de sucessos da artista maranhense, consagrada por gravações que destrincham a lamúria e a dor – mas também enaltecem, com frequência, o processo de superação. Aos 76 anos, doce, dengosa e polida, A Loba desembarca em BH para uma reprise do espetáculo que comemora seus 50 anos de carreira, marcado para 4 de maio (sábado), às 21h, no Arena Hall (Av. Nossa Sra. do Carmo, 230 – Savassi).
No repertório de ‘Alcione: 50 Anos de Música’, não faltam as dores de cotovelo que são marca registrada da Marrom. Por um lado, clássicos como ‘Você Me Vira a Cabeça’, ‘Sufoco’ e ‘Estranha Loucura’ desdobram-se em personagens que se submetem a paixões intensas, mas carregam consigo o arrependimento de quem sabe bem com quem está se metendo. As interpretações ao vivo, que seguem carregadas de emoção e intensidade acompanhadas pela Banda do Sol, ganharam lançamento recente em áudio e vídeo pela gravadora Biscoito Fino, que registrou show no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Sob outro ponto de vista, abundam as composições em que a cantora convoca o parceiro ou pretendente à ação imediata, sem mais devaneios ou ponderações – ‘Faz Uma Loucura Por Mim’, ‘Besame Mucho’ e ‘Meu Ébano’ são alguns exemplos. Outras reflexões sobre relações dubiamente sensuais e perigosas são desfiadas pela veterana em faixas como ‘Gostoso Veneno’ e ‘Garoto Maroto’, que até parecem tratar do mesmo sujeito de tão afinadas com a persona de Alcione.
A Estação Primeira de Mangueira, escola pela qual Alcione desfila há mais de 50 anos, também entra como destaque na seleção de canções do espetáculo. A agremiação, que chegou a homenagear a trajetória da cantora com um samba-enredo original no último carnaval, é reverenciada por ela na interpretação de sucessos como ‘Exaltação à Mangueira’, espécie de hino extra-oficial eternizado por Jamelão.
A verde-e-rosa ainda é inserida em uma versão personalizada que a Marrom apresenta para ‘Retalhos de Cetim’, composição de Benito di Paula. A eterna reverência prestada pela artista ao samba, gênero que a tornou conhecida nacionalmente a partir da década de 1970, culmina no ponto alto do espetáculo com a icônica ‘Não Deixe o Samba Morrer’, um de seus primeiros sucessos.
As entradas estão à venda pela internet ou na bilheteria do Arena Hall, que funciona de quarta a sábado, das 12h às 15h ou de 16h às 20h. Quem não tem direito ao benefício da meia-entrada pode comprar ingressos na modalidade “meia social”, com preço menor que a inteira, mediante doação de 1 quilo de alimento não-perecível na entrada do show.
Setores e ingressos: arquibancada a R$ 110 (meia-entrada, 4º lote), R$ 120 (meia social, 4º lote) e R$ 160 (inteira, 2º lote); cadeiras no setor prata a R$ 315 (meia-entrada, 2º lote), R$ 335 (meia social, 2º lote) e R$ 600 (inteira, 1º lote); cadeiras no setor ouro a R$ 390 (meia-entrada, 3º lote), R$ 420 (meia social, 3º lote) e R$ 700 (inteira, 1º lote). Mais informações: (31) 98105-2735.