Comemorações do Mês da Consciência Negra tomam conta de BH com eventos gratuitos que celebram a ancestralidade e a cultura afro-brasileira
Belo Horizonte celebra o Mês da Consciência Negra com mais de 60 atividades gratuitas em novembro. A programação inclui shows, oficinas, exposições e o Festival de Arte Negra
Durante todo o mês de novembro, Belo Horizonte se transforma em um grande palco para celebrar a Consciência Negra. A Prefeitura da capital mineira, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, preparou uma agenda cultural gratuita com mais de 60 atividades distribuídas por todas as regionais da cidade. A programação completa está disponível no Portal Belo Horizonte.
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As ações incluem exposições, oficinas, apresentações musicais, rodas de conversa e encontros sobre ancestralidade, em espaços como os museus municipais, centros culturais, o Cine Santa Tereza e a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH (BPIJ-BH). Além disso, o Festival de Arte Negra (FAN) volta a integrar a agenda, reforçando o papel da arte e da cultura como instrumentos de memória, resistência e valorização das identidades negras.
A secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca que o Mês da Consciência Negra reafirma o compromisso da cidade com a igualdade racial.
“As atividades refletem um trabalho contínuo de reconhecimento e valorização das identidades negras, presente nas políticas de fomento, na gestão dos equipamentos culturais e no diálogo permanente com artistas, produtores e comunidades”, afirma.
Já a presidenta da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof, lembra que a valorização da cultura negra deve ir além das efemérides.
“Não se trata apenas de um mês, mas de um compromisso permanente com a memória e com a transformação da sociedade”, ressalta.
A programação integra o Programa RIC – Rede de Identidades Culturais, política pública que articula ações de enfrentamento ao racismo e fortalecimento das Culturas de Matrizes Africanas.
Os centros culturais da cidade promovem atividades que unem arte, tradição e autocuidado. O Centro Cultural Pampulha, por exemplo, recebe nesta quinta (6), às 19h, o Encontro com a Cultura Regional, com mestres de samba, congo e capoeira.
Na Vila Marçola, o destaque é a Roda de Leitura “A cor de Coraline”, mediada por Isabel Nunes, no dia 26 (quarta), às 14h. Já o Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, na Lagoinha, realiza o evento “Laços da Ancestralidade”, nos dias 15 e 16, reunindo coletivos de matriz africana em um fim de semana de celebração.
Outros momentos marcantes incluem o projeto Conversa ao Pé do Fogão, com sambistas da Velha Guarda Unidos dos Guaranys, no dia 22 (sábado), e a tradicional Pisada de Caboclo e Povos Indígenas, no dia 23 (domingo), no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado.
O Cine Santa Tereza exibe o documentário “Meu Amigo Fela” (Joel Zito Araújo, 2019) no dia 19 (quarta), às 19h, com ingressos gratuitos pelo Sympla ou na bilheteria.
Os museus municipais também participam da celebração. O Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) realiza a Mostra Ébano de Consciência Negra, nos dias 15 e 16, reunindo moda, arte e empreendedorismo negro. Já o Museu da Moda (MuMo) oferece, no dia 22, a oficina Brincadeiras Africanas e Afro-Brasileiras, voltada para crianças.
Na Pampulha, o Museu Casa Kubitschek realiza a oficina “As plantas como memória da diáspora”, com o artista Fernando Costa, no dia 15. E na Casa do Baile, o fotógrafo Dú Retratista participa do bate-papo “Da paisagem à memória favelada de BH”, no dia 26, às 14h30, dentro da exposição trans:paisagem.
A Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH preparou uma série de atividades que valorizam autores negros. Entre elas estão a Quinta Leitura: “Quando eu voltei, tive uma surpresa: cartas para Nelson”, de Joel Rufino dos Santos (dias 6, 13 e 27, às 16h), e o Clube de Leitura com o livro “No seu pescoço”, de Chimamanda Ngozi Adichie (dia 26, às 14h).
Para o público infantil, a biblioteca oferece a oficina “Ler, cantar e contar histórias afrocentradas”, no dia 29 (sábado), às 10h30, e o encontro “Vozes da Narração de Histórias”, com Chica Reis, no dia 28 (sexta), às 14h.
Entre os dias 10 e 16, a cidade celebra o Dia Municipal do Hip-Hop com uma programação diversa que ocupa ruas, praças e centros culturais. A iniciativa é do Fórum Hip-Hop BH, com apoio da Prefeitura, e reúne artistas, coletivos e comunidades em uma semana de encontros e performances.
Com ações espalhadas por todas as regionais, o Mês da Consciência Negra em Belo Horizonte reforça o papel da cultura como instrumento de transformação social e fortalecimento da cidadania.