Cultura

BH recebe 1º Festival de Música Doida com reflexão sobre inclusão e saúde mental

Pessoas com sofrimento mental estrelam programação de shows e outras manifestações


Créditos da imagem: Lucas Bois/Divulgação
Anfitrião do evento, Trem Tan Tan apresenta show do álbum 'Navio Negreiro' em programação que vai de 30 de outubro a 1º de novembro

Redação

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17/10/24 às 20:26
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O 1º Festival de Música Doida chega a Belo Horizonte entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro (quarta a sexta-feira), em programação gratuita que ocupa a Funarte MG (Rua Januária, 68 – Centro). O evento destaca a produção musical de pessoas em sofrimento mental, em uma celebração da diversidade cultural como ferramenta de promoção da inclusão social. As entradas podem ser retiradas na bilheteria do local, duas horas antes de cada apresentação (veja programação completa abaixo).

Homenagem e reflexão

O festival é uma homenagem a Olavo Rita da Conceição, também conhecido como Olavo Alegria, um dos fundadores do coletivo Trem Tan Tan, que morreu em 2020 em decorrência da COVID-19. Idealizado pelo multiartista Babilak Bah, o evento busca romper preconceitos e valorizar a arte produzida por pessoas com sofrimento mental. Além de shows e intervenções artísticas, o festival promove debates e a exibição de filmes produzidos por esses artistas, com a proposta de estimular uma reflexão sobre a relação entre cultura, saúde mental e cidadania.

Programação variada e inclusiva

A programação inclui a Mostra de Compositores(as), que trará artistas de serviços substitutivos da reforma psiquiátrica brasileira. Serão três momentos: o primeiro com a participação de quatro mulheres – Lídia Ramos, Viviane de Cassia, Raissa Cordilira e Silvia Vilarejo – que abordam o universo feminino e a loucura; o segundo com Juliano, o Batman e Amaral, que exploram temas como sensualidade e o sagrado. 

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Por fim, a Banda Piraboa, originada de dois serviços de saúde mental em Belo Horizonte, que encerrará sua apresentação com o repertório de dois álbuns com lançamento previsto para 2025. O festival também contará com o grupo vocal Vozes Fora da Caixa, que se apresentará com uma performance inusitada, cantando a bula de um diazepam, e a performance ‘A Loucutora’ de Andreia Dario.

Interação e troca de experiências

Além das apresentações musicais, o evento oferece um “palco aberto” para o público participar com canto livre, promovendo a interação entre artistas e espectadores. Quitutes produzidos pela Suricato – Associação de Trabalho e Produção Solidária, composta por pessoas com sofrimento mental, estarão disponíveis na área externa, proporcionando um espaço de convivência e troca.

O segundo dia trará o compositor OSB, Orlando dos Santos Baptista, do grupo Cancioneiro do IPUB do Rio de Janeiro, que possui 27 anos de trajetória. Em seguida, o Trem Tan Tan de Belo Horizonte apresentará o show ‘Trem Negreiro”, baseado em disco homônimo, que explora diversos ritmos como samba, reggae e ijexá. O espetáculo será sucedido por blocos temáticos sobre a loucura, como Sem Prisões e Sem Manicômios, Bloco do Trem Tan Tan e Maluco Beleza.

Programação completa

30 de outubro (quarta-feira)

Área externa (14h às 18h)
Quitutes da Suricato – Associação de Trabalho e Produção Solidária

Galpão 1 (15h)
‘A Loucutora’ – Andreia Dário, Banda Piraboa, Mostra de compositores(as) e Grupo Vocal Vozes Fora da Caixa

Galpão 2 (17h)
Palavra aberta – Canto livre

31 de outubro (quinta-feira)

Área externa (14h às 18h)
Quitutes da Suricato

Galpão 2 (15h)
Sessão de vídeo: ’18 de Maio – O Melhor de Todos os Tempos’ – Paulo Azevedo e Canto Livre

Galpão 1 (16h30)
OSB – Orlando Baptista e show do Trem Tan Tan (17h) com intervenções de blocos (18h)

1º de novembro (sexta-feira)

Galpão 1 (14h)
Sessão de vídeo: ‘Retratos Incandescentes’ – Viviane de Cassia Ferreira
Roda de conversa e canto coletivo às 15h, com participação dos blocos Sem Prisões e Sem Manicômios, Maluco Beleza e Trem Tan Tan