Lançamento do conteúdo, intitulado Presente, acontece hoje (27), nas redes sociais da Fundação Clóvis Salgado
Isolamento social, instabilidade emocional, dificuldades financeiras, mudança de rotina, violência racial, recorde de mortes, silêncios e incertezas. Presente.
Foi pensando nesse turbilhão de sensações coletivas que a Cia de Dança Palácio das Artes (CDPA) criou o último vídeo da Trilogia do Afeto, série que integra o projeto Palácio em sua Companhia, da Fundação Clóvis Salgado. O lançamento acontece hoje (27), nas redes sociais da Fundação Clóvis Salgado. A série da CDPA foi iniciada em 29 de abril, para comemorar o Dia Internacional da Dança, com o vídeo Abraço. Em maio, foi a vez de estrear o vídeo A Saudade, sendo encerrada agora com o vídeo Presente.
Abraço e A Saudade trazem similaridades estéticas fundamentadas na delicadeza e na esperança para retratar questões como a solidão e a falta de perspectiva. Já o vídeo Presente, em certa medida, rompe com esse caminho estético ao apresentar uma obra mais direta e densa, embora Cristiano Reis, diretor da Cia. de Dança Palácio das Artes, ressalte que, assim como nos vídeos anteriores, Presente é também uma evocação à esperança.
“Presente chega em um momento no qual as pessoas estão saturadas do confinamento e desejando voltar à “vida normal”, mas, ao mesmo tempo, tendo a consciência da necessidade de continuarmos o distanciamento social como forma de prevenção e cuidados de cada um para com todos. Além disso, o vídeo retrata a nossa atualidade marcada por acontecimentos sociais de violência. Naturalmente, o artista vai trazer essas questões densas para seu corpo e sua arte, tentando expressar o que as pessoas estão sentindo. Por isso, este vídeo é uma forma de dar voz coletiva e ser um grito silencioso na busca de resistência e de fé”, observa Cristiano.
Presente é uma criação coletiva que reúne 20 bailarinos da Cia. de Dança Palácio das Artes. Cada artista gravou sua participação da própria casa, cumprindo o distanciamento social. A trilha sonora é assinada por Dan Maia e traz sons, ecos, silêncios, ruídos, frases dos bailarinos interpretadas por Leandro Garcia, além de pequenos trechos de poemas contemporâneos escritos por Sérgio Vaz, Cláudia Lobo, Julia Panadés e Mariângela Caramati. As declamações ficaram a cargo de Garcia, Caramati e Lobo.