Minas Gerais transfere simbolicamente a capital para Matias Cardoso nesta segunda (8), em celebração ao Dia dos Gerais. Entenda a tradição e a importância histórica do município
Matias Cardoso, no Norte de Minas, assume o título de capital simbólica de Minas Gerais durante o Dia dos Gerais
Matias Cardoso, no Norte de Minas, assume nesta segunda-feira (8) o posto de capital simbólica de Minas Gerais. A mudança temporária foi oficializada em decreto assinado pelo governador Romeu Zema (Novo) e publicada no Diário Oficial, reforçando uma tradição que ocorre anualmente na mesma data em homenagem ao Dia dos Gerais.
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Com 8.895 habitantes, conforme o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município mais antigo do Norte de Minas ganha evidência por sua importância histórica e cultural. A celebração também marca a entrega das medalhas Matias Cardoso e Maria da Cruz, concedidas a personalidades que contribuem para o desenvolvimento econômico, social e cultural da região.
A escolha da cidade tem raízes no século XVII. Em 1673, o capitão Matias Cardoso de Almeida partiu de São Paulo com 125 homens, abrindo caminhos pelos sertões do São Francisco. Durante a expedição, estruturou pousos, plantações e fundou povoados que originaram várias cidades norte-mineiras. Por esse motivo, Matias Cardoso é considerado um marco inicial da ocupação da região.
Outra figura que ganhou destaque na história local é Dona Maria da Cruz. Administradora da Fazenda Pedras de Baixo, ela mantinha um orfanato, empregava jovens e financiava educação e cuidados para crianças e enfermos. Em 1736, foi a única mulher entre as lideranças do Motim do Sertão do São Francisco, revolta contra a cobrança de impostos pela Coroa Portuguesa.
Além da homenagem desta segunda-feira, Minas Gerais transfere simbolicamente sua capital para outras cidades ao longo do ano. Por força de Emenda à Constituição, Ouro Preto recebe o título em 21 de abril, enquanto Mariana assume o posto em 16 de julho. Essas mudanças reforçam, ano após ano, a preservação da identidade histórica mineira.
