FecharX

Festival de Cinema Infantil de BH exibe filmes e curtas com entrada gratuita

Cine Santa Tereza irá projetar 28 curtas e dois longa-metragens de 20 a 24 de julho



Créditos da imagem: Ricardo Laf
Main main cine santa tereza   foto ricardo laf  8
Redação Sou BH
18/07/22 às 09:21
Atualizado em 18/07/22 às 09:21

De 20 a 24 de julho acontece, no Cine Santa Tereza, o II Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo. As sessões começam às 16h30 e às 17h30 durante a semana e às 16h30 no final de semana. Serão exibidos 28 curtas e dois longas-metragens originários de 12 estados brasileiros e de países como França, Inglaterra, Argentina, Espanha, Holanda, México, Estados Unidos e Qatar. A curadoria desta edição, composta por Diego Souza e Iakima Delamare, selecionou filmes de ficção, documentários e animações que propiciem o acesso das crianças a temas contemporâneos relevantes. Os ingressos, gratuitos, serão retirados antecipadamente pelo site https://www.diskingressos.com.br/ e na bilheteria do cinema 1 hora antes de cada sessão.

Em busca de pluralidade e diversidade, a programação do festival conta com filmes que abordam temáticas diversificadas, num universo lúdico e divertido, como indígenas, quilombolas e ambientais. Entre as produções, destacam-se a animação “Tudo Verdim”, de Patrícia, Dias, uma coleção de memórias inventadas de crianças do Território Indígena Pankararé, no Sertão da Bahia, narrado entre pausas, cantos sagrados, palavras e desenhos; o documentário “Disque-quilombola”, de  David Reeks, sobre crianças do Espírito Santo que vivem em uma comunidade quilombola e em um morro na cidade de Vitória; o curta “Mitos indígenas em travessia”, de Julia Vellutini, composto por seis histórias indígenas dos tempos antigos das etnias Kuikuro (Aldeia Afukuri, Terra Índígena Parque do Xingu, Mato Grosso), Javaé (Aldeia São João, Terra Indígena Parque do Araguaia, Ilha do Bananal, Tocantins) e Kadiwéu (Aldeia São João, Terra Indígena Kadiwéu, Mato Grosso do Sul). Entre as histórias estão A Ema, O Menino-Peixe, As Mulheres Sem Rosto, A Via Láctea, A Menina Cobra, e O Urubu-Rei.

Também chamam a atenção os filmes “No tempo do verão”, documentário de Wewito Piyãko, que retrata a vida das crianças Ashaninka; “Osiba Kangamuke - Vamos lá, criançada”, de Haya Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro e Veronica Monachini de Carvalho, uma produção coletiva entre cineastas indígenas, não-indígenas e antropólogos, resultado de uma oficina realizada com as crianças Kalapalo que participaram não só na frente das câmeras como de todo o processo de gravação; “Girlsboysmix”, de Lara Aerts, documentário perspicaz e divertido que revela quão absurda é a divisão binária de gênero imposta pela sociedade ao retratar uma criança de nove anos que nasceu intersexo; e o longa “Alice dos Anjos”, de Daniel Leite Almeida, uma livre e divertida adaptação de “Alice no País das Maravilhas” que combina diferentes figuras e temas do imaginário brasileiro à clássica história de Lewis Carroll.

O cinema e suas imagens em movimento se relacionam diretamente com a alteridade e propiciam à criança maior abundância da matéria da pluralidade na construção de seu ser. E também aos adultos, uma vez que assistir filmes juntos faz parte da dinâmica familiar. De acordo com Cardes Monção Amancio, produtor do evento, “esta edição do festival se alicerça na crença de que o comum (no sentido de comunidade) se constrói a partir de uma multiplicidade de singularidades e, quanto mais cedo, na infância, os sujeitos tiverem oportunidades de encontros dos mais variados possíveis com ‘o outro’, mais aptos tais sujeitos estarão a dar a sua contribuição para um futuro melhor”, ressalta.

O II Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo conta, ainda, com uma programação estendida ao longo do ano. O Centro Cultural Zilah Spósito receberá a sessão no dia 19 de julho, às 15h; o Venda Nova exibirá os filmes no dia 20 de julho, às 14h; o São Bernardo no dia 6 de outubro, às 13h30; e o Pampulha, no dia 14 de outubro, às 16h. O projeto contempla também a atividade “Cinema o ano inteiro”, que vai disponibilizar um pacote de filmes para serem exibidos gratuitamente nas escolas interessadas. As sessões itinerantes já passaram pelos Centros Culturais Jardim Guanabara e Pampulha, além do Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado.

No final de 2021, durante a primeira edição do festival, foi realizada a oficina “Cinema de Grupo - uma introdução à pedagogia do dispositivo”, na qual o Lab.Kumã orientou práticas de experimentação com imagem, som, palavra e montagem através do uso da pedagogia do dispositivo para professores da rede pública e privada. O II Festival de Cinema Infantil de Belo Horizonte – Cinema de Brinquedo é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.