Cultura

Grupo Maria Cutia, de BH, dá início nesta segunda-feira à Mostra Excêntrica

O primeiro festival on-line da companhia mineira traz como tônica a palhaçaria e segue até o dia 27 deste mês


Créditos da imagem: Divulgação
O festival segue até 27 de maio, com oficinas, apresentações e o “Fim de papo” - uma conversa com brinde entre palhaços e público para encerrar a programação

Redação Sou BH

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10/05/21 às 11:51
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A partir desta segunda-feira (10), o Maria Cutia, grupo de teatro belo-horizontino, realiza a Mostra Excêntrica, primeiro festival on-line da companhia mineira, que traz como tônica a palhaçaria. O festival segue até 27 de maio, com oficinas, apresentações e o “Fim de papo” – uma conversa com brinde entre palhaços e público para encerrar a programação.

“O excêntrico é uma caraterística que define bem a ideia de palhaço”, explica Mariana Arruda, atriz, palhaça e fundadora do grupo Maria Cutia. “Ele pode ser burlesco, bobo, ridículo e excêntrico. Apesar de viver em busca de ser aceito, o palhaço não se encaixa nunca. Logo que começou a pandemia, pensamos que poderia ser divertido experimentar o palhaço dentro de casa e trabalhar com um pouco de alegria para as pessoas”, completa.

Segundo Leonardo Rocha, ator e co-fundador da trupe, “a mostra surge então dessa proposta de experimentar a excentricidade dentro de casa. Apesar de ser algo que pesquisamos há alguns anos, é claro que a pandemia contribuiu para colocar uma lupa sobre o excêntrico no cotidiano. Vamos estrear com o desejo de que a Mostra, futuramente, aconteça no presencial e abrace também outros temas que extrapolam as quatro paredes”, conta.

Durante a Mostra Excêntrica o público terá acesso, sempre às segundas e quintas-feiras, ao Minuto Excêntrico – cenas experimentais com um minuto de duração, feitas por alunos dos cursos on-line de palhaçaria do Grupo Maria Cutia, que serão exibidas pontualmente às 18h21, no Instagram.

Mariana Arruda relata que a proposta do “Minuto excêntrico” foi gestada no início da quarentena, quando o grupo ofereceu aulas e treinamentos artísticos para iniciantes e palhaços com formação. “Fomos experimentando adaptações dos exercícios que fazíamos presencialmente nos cursos, criando assim, jogos próprios para serem feitos em ambiente virtual. Testamos também mostras de processos e aulas abertas em que os alunos buscavam, de alguma forma, a relação com o público, ao vivo. E realizamos ainda a direção de números experimentais gravados, adaptados ao ambiente virtual das redes sociais. É sempre tudo muito intenso e divertido. Por que não mostrar esse resultado para o público?”, diz.

A programação do Minuto Excêntrico começa besta segunda com “The Chock”, da Palhaça Brechô (Camila Freire), seguindo pela quinta (13) com “Enganei uma boba na casca do ovo”, da Palhaça Generosa (Dôte Furtado). Já na segunda (17) a apresentação será com a Palhaça Neve (Renata Safe), dia 20 com o Palhaço Bertulino (Leonardo Alcântara), e dia 24 (segunda-feira) com “O Natal Solitário de Catatau”, do Palhaço Catatau (Paulo Rezende). 

No mesmo período – de 10 a 24 de maio -, porém no minuto seguinte – às 18h22, palhaças e palhaços convidados, vindos de Minas e São Paulo, apresentam o Cenas em Casa, que será exibido pelo canal no YouTube da companhia (youtube.com/grupomariacutia). A proposta é oferecer ao público um cardápio de obras inéditas (entre 5 e 10 minutos), concebidas especialmente para a Mostra por artistas, como Rodrigo Robleño (BH) e Thainá Rodrigues (MG), que utilizam a casa como ponto de partida. 

Os trabalhos previstos para o “Cenas em Casa” são “Temperatura Máxima”, do Palhaço Toninho Caetano (Kauê Rocha), no dia 10 de maio (segunda-feira), “Telemarquetim Caseiro”, da Palhaça Ricota (Thainá Rodrigues), no dia 13 (quinta-feira), “Plano Baixo”, da Palhaça Julieta (Julia Mendes), no dia 17 (segunda-feira), “Estopim da Terra”, da Palhaça Estopim (Malu Grossi Maia), no dia 20 (quinta-feira), e “Um palhaço objetivo”, do Palhaço Viralata (Rodrigo Robleño), no dia 24 (segunda-feira).

Leonardo Rocha conta que as apresentações serão gravadas e não ao vivo. “Percebemos que no ambiente virtual é muito mais complexo conseguir organizar um pensamento e transmitir uma ideia de cena. A forma como a cena é apresentada é importante para quem assiste. Muitas vezes, em um live, há uma limitação, não temos as outras camadas necessárias para o público dentro dessa linguagem. E na palhaçaria isso é muito importante”

Luisa Monteiro, coordenadora de produção do Grupo Maria Cutia, completa que além da questão cênica, o fomento à cadeia produtiva das artes foi outro fator que impulsionou a companhia a optar por cenas gravadas e não exibidas no formato de live. “O projeto é realizado por meio da Lei Aldir Blanc e tínhamos também como um dos motores gerar trabalho para mais profissionais. Nesse sentido, além dos artistas convidados, tivemos condições de contratar, por exemplo, um profissional para compor as trilhas originais para as cenas produzidas e um editor para cada trabalho, pessoas que também estão por trás desse resultado”.