Dois hits mineiros no topo das paradas: "MTG Quero Te Encontrar" e "MTG Quem não quer sou Eu" conquistam o público e definem um estilo
Na playlist Top Brasil do Spotify, o "MTG Quem não quer sou Eu" ocupa a liderança do streaming de música mais acessado do país
A música mais ouvida do Brasil no momento vem de Belo Horizonte e tem um nome peculiar: “MTG Quero Te Encontrar”. A canção, dos DJs LG Prod e JZ e do MC Mininin, lidera o Billboard Brasil Hot 100, consolidando o funk mineiro como um dos ritmos mais populares do país. Na playlist Top Brasil do Spotify, outra criação de BH também se destaca: “MTG Quem não quer sou Eu”, ocupando a liderança do streaming de música mais acessado do país.
A sigla, presente em diversos hits do funk mineiro, como “MTG – BARRACO DELA LÁ” do DJ Guizin da Serra com MC Marlon PH, e até em músicas de outros estados, como “MTG_AUTOMOTIVO_2049” do DJ Tonias, se tornou um símbolo de identidade para o ritmo da capital mineira.
A resposta é simples: “MTG” significa “montagem”. A prática, comum no funk, consiste na criação de uma nova música através da colagem de trechos de outras faixas, resultando em uma composição com diversas interpolações. Em “MTG Quero Te Encontrar”, por exemplo, os autores combinam os versos do MC Meninin com “Romance”, hit do cantor Silvano Salles.
A popularidade do funk mineiro e a presença da sigla “MTG” em suas músicas geraram um efeito curioso: a sigla se tornou um símbolo de identificação para o ritmo da capital mineira. Para o público, a presença de “MTG” no nome da faixa indica que a música é originária de Belo Horizonte.
Essa distinção se intensifica quando comparamos o funk mineiro com as produções de São Paulo e do Rio de Janeiro. As características únicas do funk de BH, como os bailes do Serrão e do Campinho, se refletem nas músicas, e a sigla “MTG” passou a representar essa identidade cultural.
A diferença do funk mineiro para outros estilos se reflete na forma como as músicas são produzidas. A “montagem” é um elemento fundamental no processo criativo, e a sigla “MTG” se tornou um símbolo dessa característica. Essa identidade única, combinada com a qualidade das produções, contribuiu para o sucesso do funk de BH e para a conquista do topo das paradas musicais.
A prática de “montar” músicas não é nova no funk. Já nos anos 1990 e 2000, diversas faixas populares utilizavam essa técnica, como “Montagem Cyclone”, “Montagem Eu Só Quero Ser DJ”, “Montagem Power Rangers” e “Montagem do Sax”. A diferença reside na forma como a “montagem” é utilizada atualmente no funk mineiro, onde a sigla “MTG” se tornou um símbolo de identidade e qualidade.
