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Músico da periferia de BH e dos blocos de carnaval, Felipe dos Santos lança álbum experimental

O disco tem uma divisão diferente dos quatro compactos e está organizado em Lado A e Lado B



Créditos da imagem: Fábio Xavier
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As gravações e todo o trabalho de tratamento das canções foram feitas em home-studio, um processo intrinsecamente relacionado à pandemia
Redação Sou BH
16/05/21 às 11:31
Atualizado em 16/05/21 às 11:31

Já está disponível nas principais plataformas de streaming o álbum “Meu Amigo Tilelê Diz Que Sou Brega Mas Eu Acho Isso Meio Problemático”, do músico Felipe dos Santos. Baixistas dos blocos de carnaval de BH Abalô-Caxi e A Roda, o músico belo-horizontino estreia na carreira solo com esse projeto experimental.


As gravações e todo o trabalho de tratamento das canções foram feitas em home-studio, um processo intrinsecamente relacionado à pandemia. “Durante a pandemia, comecei a organizar este álbum, sozinho em casa e com participações remotas de artistas amigos convidados. Esse contexto me fez optar por gravações feitas em casa, de home-studio, o que acaba trazendo muito destes tempos para as criações”, conta o músico nascido na região Noroeste da capital.

Com fortes influências de Sidarta, com quem Felipe toca na banda Zen-Frito, acompanhando no contrabaixo, o disco ganha forma e conceito, a começar pelo longo nome que é, na verdade, uma provocação e também uma homenagem ao amigo. “Considero que Sidarta já é um dos artistas mais relevantes da cidade. Belo Horizonte tem uma tradição de cantautores que trabalham com letras e melodias acompanhadas por violão bem elaborado. Ele segue essa tradição, embora não se feche para as possibilidades estilísticas que temos hoje em dia - a inserção de elementos eletrônicos, por exemplo”.

Sem abrir mão de harmonias complexas, o disco traz uma crítica ao pensamento elitista que separa o popular do 'populacho', que, segundo o músico, cria critérios para se determinar o que é boa música e ou música ruim, que conota com brega o que é do povão. 

“A organização dos compactos e do álbum remete também à vontade de retratar os diversos processos musicais que vivi e tenho vivido. Tive a sorte de me envolver com muitos fazeres musicais - desde o tocar em bailes até a Universidade, passando pelos voz-e-violão em bares. O álbum diz também dos bairros simples de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Diz das relações de amor-e-ódio a uma certa dinâmica urbana, que também influencia a produção musical da cidade, e que carrega certo elitismo. Hoje eu tenho cada vez mais feito letras numa pegada mais popular, com toda a minha ironia”

O disco tem uma divisão diferente dos quatro compactos e está organizado em Lado A e Lado B. Inicia, de um lado com “Meu amigo tilelê diz que sou brega” e do outro, “Mas Eu Acho Isso Meio Problemático”. As temáticas das músicas e das letras têm a ver com diversidade, reflexões sobre questões sociais, afetos e relatos confessionais.