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Novo mural gigante da capital expõe crítica à tragédia em Brumadinho

A grafiteira Priscila Amoni criou uma obra de 25 metros de comprimento e 7 metros de altura



Créditos da imagem: Leandro Guerreiro
Main mural1
Redação Sou BH
01/03/19 às 17:50
Atualizado em 01/03/19 às 17:53

Um novo mural gigante traz arte e uma mensagem importante para as ruas de BH. A muralista Priscila Amoni, uma das idealizadoras e curadoras do CURA, inaugurou uma pintura enorme em um paredão embaixo da linha férrea da Vale. O trabalho foi feito como uma crítica à tragédia ocorrida em Brumadinho.

Foram gastos 15 dias na pintura, concluída na última segunda-feira (25), quando o rompimento da barragem completou um mês. O trabalho tem 25 metros de comprimento e 7 metros de altura, e fica no Viaduto Itamar Franco, em frente ao Necup, no Nossa Senhora de Fátima.

O processo de criação

A artista tinha um projeto pronto, quando chegou em visita técnica ao muro e viu o trem da Vale carregado de minério passando na mesma hora. O rompimento da barragem tinha ocorrido há poucos dias, ela então decidiu mudar todo seu projeto e falar dessa temática tão grave que afeta todos os mineiros. De acordo com Priscila, foi tudo muito tocante para ela. "Fiquei muito emocionada com a tragédia, não podia deixar de falar sobre. Por isso mesmo adiei o início do projeto, porque queria homenagear aquelas pessoas. E vieram essas figuras, para afirmar a força do feminino, o renasciemnto do feminino a partir da lama", comenta.

O trabalho mostra duas mulheres caminhando dentro de um rio de lama, protegidas por folhas gigantes. De dentro do lamaçal, nasce um botão de uma flor de lótus, que dá origem ao título da pintura: Lótus – Renascer da Lama. A simbologia se mostra significativa, já que lótus é a flor conhecida por nascer da lama.