Banda de Patos de Minas apresenta novo disco na Autêntica, com participação de Mariana Cavanellas
Uma viola caipira e contemporânea, capaz de tocar com leveza em pautas duras como o embrutecimento do cotidiano na modernidade ou as relações pessoais redefinidas após a pandemia. Parece complexo, mas o som da banda Pássaro Vivo flui por temas espinhosos de forma tão espontânea, e por vezes tão singela, que ecoa próxima e afetuosa aos ouvintes mineiros. As composições do grupo de Patos de Minas têm sabor de música regional e trazem influência de expressões artísticas que são joias na cultura do estado, como o Reinado e as modas executadas por dedos hábeis.
“O Segundo Depois do Caos”, disco que a banda apresenta em BH pela primeira vez neste sábado (12/11), na Autêntica, traz a ideia de um ressurgimento desde o título. Trata-se do segundo álbum do grupo, e o rótulo do caos aqui cabe tanto aos efeitos da recente pandemia quanto à visão crítica de uma configuração esmagadora do capitalismo, motivo de reflexão em boa parte das composições.
Nascido ao longo dos períodos de distanciamento social e isolamento pessoal dos músicos, o projeto funciona como uma jornada poética por um interior mineiro imaginário, mítico e inusitadamente futurista — graças à formação de baixo, guitarra, bateria, flauta e samplers, que dão roupagem fresca e vibrante à viola.
As influências da Tropicália são notáveis, assim como é perceptível entre as inspirações a presença de Secos & Molhados e dos cantautores nordestinos dos anos 70 e 80, de Alceu Valença a Elomar. Já disponível nas plataformas de streaming, o álbum recém-lançado sucede “Sobre Asas e Raízes” (2019) e amplia a trajetória da banda que, em quatro anos de estrada, já subiu aos pódios de diversos festivais de música autoral em Minas e em outros estados.
Para a estreia do novo show em BH, os músicos de Patos dividem o palco com Mariana Cavanellas. A artista mineira, conhecida pelo trabalho com as bandas Lamparina e Rosa Neon, também tem farto material solo e já integrou outro espetáculo da Pássaro Vivo, em Uberlândia.
“Mariana Cavanellas é sem dúvida uma das vozes mais potentes e incríveis da música brasileira. Trazê-la ao nosso show abre a possibilidade de fazer um contra ponto ao lado conceitual do nosso novo álbum, linkando nossa parte pop com ela”, observa Lucas de Paula, violeiro e um dos vocalistas da Pássaro.
Outra atração da noite é o grupo brasiliense Remobília, formado por ex-integrantes da Móveis Coloniais de Acaju, que apresentam o álbum de estreia “Ponto Final” (2022) pela primeira vez ao vivo em BH. O trabalho reúne os músicos após experiências em outros projetos distantes do Móveis, e conta com a colaboração de nomes como Moreno Veloso e Marcelo Callado.
Serviço
Noite Festival Timbre com Pássaro Vivo e part. especial Mariana Cavanellas e Remobília (DF)
Local: Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312 – Santa Efigênia, Belo Horizonte – MG, 30150-250)
Data: 12 de novembro de 2022
Horário: a partir das 20h
Ingressos: R$ 20 a R$ 60 no site
Classificação indicativa: 18 anos