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Paula Pimenta e o amor dos jovens por sua escrita

Escritora, que participou de um bate-papo com fãs na Bienal do Livro de Minas, volta ao evento na sexta-feira (21)



Créditos da imagem: Camila de Ávila
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Série de livros Fazendo Meu Filme, de Paula Pimenta, é febre entre os jovens
Redação Sou BH
26/11/14 às 15:19
Atualizado em 01/02/19 às 20:02

Por Camila de Ávila, jornalista do Sou BH

No primeiro sábado da Bienal do Livro de Minas (15), passou pelo auditório do projeto Conexão Jovem, a autora Paula Pimenta, que vendeu, de 2008 a 2012, 100 mil exemplares da coleção “Fazendo meu Filme”.  Era possível ver uma imensa fila de adolescentes chorando e tentando, de qualquer maneira, entrar no concorrido bate-papo com a belo-horizontina, que volta ao evento na sexta-feira (21), às 18h. O Sou BH conversou com Paula, que se mostrou uma escritora consciente de sua responsabilidade para com os jovens.

Desde pequena Paula Pimenta tem o costume de ler. “Na minha casa sempre vi minha mãe e meu pai lendo. E eles nunca me negaram um livro. Me negaram brinquedo vez ou outra, mas livro nunca”, conta. Para ela, a leitura era uma diversão e a escrita veio junto. “Sempre fui muito tímida e a escrita era um refúgio, as pessoas tímidas falam melhor pela escrita”, explica a escritora.

Sempre com redações elogiadas pelos professores e colegas, Paula pensou que a carreira de jornalismo seria a melhor para se manter no mundo da escrita. “Vi que a faculdade de jornalismo não era a minha área de escrita, mudei de curso e fui fazer publicidade”, diz. Assim que se formou, fez um intercâmbio em Londres, onde estudou escrita criativa. De volta ao Brasil, ela trabalhou com marketing e escreveu poemas que foram lançados de forma independente. O sucesso editorial chegou para Paula quando, em 2008, lançou a história de Fani, uma adolescente de 16 anos que tem a iminência de um intercâmbio.

Para Paula, o sucesso de seus livros está na identificação que os leitores têm com a sua escrita. “Acho que os personagens criam uma identificação com os leitores. Estou sempre procurando ver o que os adolescentes estão vendo e tento falar com eles”, afirma.  Segundo a escritora, desde Harry Potter e a saga Crepúsculo, a leitura entre os jovens se tornou mais popular. “Acho que as pessoas descobriram que ler é bom. Antes os jovens não tinham esse prazer porque eram obrigados a ler os clássicos. Agora muitos livros que falam do cotidiano deles vêm sendo adotados nas escolas, alguns dos meus mesmo estão nos colégios”, ressalta.

Várias meninas que não conseguiram entrar para o bate-papo com Paula estavam chorando e muito tristes. Até os pais choravam junto. “O adolescente tem essa coisa de ídolo mesmo, precisam de uma referência. Essa admiração, essa coisa do se espelhar é bem típica da idade”, explica a autora, que diz que antes escrevia de forma mais livre e agora tem certa preocupação com as palavras. “Agora, vendo os meus leitores e as idades cada dia menores (tenho leitoras de oito anos), fiquei mais responsável com a minha escrita”, conta.  Paula acredita que o carinho das meninas, na verdade, é pelos personagens e, através dela, as leitoras conseguem materializa-los.

Fernanda Maria Saraiva, de 14 anos, que estava na Bienal, disse que deseja ser publicitária e escritora, assim como Paula. “Eu sou fã da escritora Meg Cabot e um pouco por causa dela quis ser escritora”, conta a autora. Paula fez, junto a Cabot, “O Livro das Princesas” e pôde conversar com sua inspiração. “Eu falei para ela que tinha o sonho de ser escritora inspirada nela, e que agora era. Cabot me disse que depois de um tempo é possível notar nas nossas leitoras novas escritoras, e é verdade”, diz.

No primeiro semestre de 2015, Paula lançará a terceira parte da coleção “Minha Vida Fora de Série” e também “Fazendo meu Filme em quadrinhos parte 2”. Em agosto do mesmo ano, juntamente com Thalita Rebouças, Bruna Vieira e Babi Dewet, lançará uma coletânea que narra histórias ocorridas em cada estação do ano. Paula vai falar sobre o inverno. O livro “Fazendo meu Filme” está sendo roteirizado para o cinema e está na fase de captação de recursos. A previsão é que saia em 2016.