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Peça com Miguel Falabella volta a BH no Teatro Sesiminas

“O que o mordomo viu”, do britânico Joe Orton, tem Arlete Salles no elenco



Créditos da imagem: Paula Kossatz
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Peça volta a BH para curta temporada
Redação Sou BH
20/01/15 às 20:10
Atualizado em 01/02/19 às 20:00

Por Camila de Ávila jornalista Sou BH

A peça “O que o Mordomo Viu” está de volta a BH no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60 - Santa Efigênia), entre 10 e 12 de outubro. Miguel Falabella e Arlete Salles encabeçam a produção de humor negro, escrita na década 1960, pelo britânico Joe Orton. O texto é considerado um dos melhores do dramaturgo inglês Joe Orton, que teve uma carreira curta.

Orton começou a escrever em 1964 e parou 1967, quando foi assassinado por seu companheiro. A peça estreou em 1969, em Londres, no Queen’s Theatre e, desde então, vem sendo montada em vários países. No Brasil, foi adaptado foi Miguel Falabella, e se mostra muito popular por falar de temas atuais e corriqueiros para os brasileiros como sexualidade, poder, mentiras, traições e corrupção.

A história da peça inicia com o psiquiatra Arnaldo (Miguel Falabella) fazendo uma entrevista de emprego com a sua atraente secretária, Denise Barcca (Alessandra Verney). Durante a entrevista Arnaldo convence Denise a se despir. A tensão vai tomando conta da cena, até que a esposa de Arnaldo, Mirta (Arlete Salles), entra na cena. Rapidamente, o psiquiatra tenta encobrir o que está acontecendo e coloca a moça, seminua, atrás da cortina. Porém, mal sabe Arnaldo que Mirta também esconde um fato. Ela prometeu o cargo de secretário a Nico (Magno Bandarz), que está chantageando-a.

Além de tudo, a clínica de Arnaldo está passando por uma inspeção do governo comandada por Ranço (Marcello Picchi), que mostra que a clínica vive um caos. O detetive Matos (Ubiracy Paraná do Brasil) se interessa pelo caso.

Com humor negro, quase beirando a maldade e malícia, o texto de Joe fala de forma muito aberta sobre comportamento sexual. Também como homens e mulheres se comunicam acerca de seus desejos pelo poder e como trabalham com este poder. Orton criou em seus personagens características que deixam ainda mais engraçadas as situações e as cenas, como por exemplo: manias dos personagens, enredos tortuosos, confusão de identidades, portas batendo, roupas que desaparecem. Orton foi considerado pela crítica um dos dramaturgos mais criativos do século XX.

Esta é a segunda temporada da peça em BH, a primeira foi em março de 2014. No lugar de Arlete Salles estava a atriz Marisa Orth. Na época, Arlete se recuperava de uma cirurgia. A temporada de “O que o Mordomo viu” em BH teve muito sucesso e por isso volta à capital mineira.

 “O que o mordomo viu”, é considerado um dos mais importantes textos do autor, talvez seja pelo amadurecimento de seu trabalho ao longo dos anos. Mesmo a peça tendo quase 50 anos, ainda se mostra atual e relevante no que se refere à abordagem de temas que afligem a sociedade.