Mostra 'Botar Fé' conclui o programa de residências artísticas do Museu de Arte da Pampulha
Ao longo dos seis meses em que trabalharam juntos, “botar fé” era uma expressão usada com frequência entre os artistas visuais contemplados pelo Bolsa Pampulha, programa de residência artística da Prefeitura de BH. “Seja em Belo Horizonte, seja em outros lugares do Brasil ou do mundo, é constante a fé no ofício e uma entrega ao fazer, cujos ecos não se controlam”, observa Raphael Fonseca, um dos curadores do projeto. Agora, as palavras usadas pelos residentes dão nome à exposição de conclusão desta temporada, com cerca de 100 obras que ocupam o Museu de Artes e Ofícios no Centro e o Viaduto das Artes, no Barreiro, até o mês de fevereiro.
Selecionados entre as 34 cidades que formam a Região Metropolitana de BH, estes 16 artistas e coletivos passaram os últimos seis meses imersos no programa de residência do Museu de Arte da Pampulha, sob orientação de outros artistas. A ideia é que todos encontrem neste ambiente um cenário para ampliar ou aprofundar seus projetos e criações artísticas. “É uma edição que sublinha tópicos contemporâneos e apresenta as maneiras como os artistas materializam suas questões em trabalhos de arte. Também é um grupo que pensa muito sobre o trânsito, seja pelo deslocamento na cidade, seja numa perspectiva mais subjetiva”, opina Amanda Carneiro, também curadora do programa de residências.
Além dos trabalhos reunidos no museu e no viaduto, parte do que foi criado na residência alcança outros pontos da capital. ‘O bom cabrito não berra’, instalação do artista Froiid, pode ser conferida nos jardins do Museu de Arte da Pampulha, enquanto o artista Comum estende o graffiti da sua ‘Sopa de Letras’ até a curva do Viaduto Moçambique (na Avenida Antônio Carlos, Lagoinha) e à curva do Ponteio Lar Shopping (bairro Santa Lúcia).
Com a intenção de descentralizar o incentivo às artes visuais, o próprio ateliê do programa foi retirado das instalações do Museu de Arte da Pampulha e transferido para o Viaduto das Artes, no Barreiro. Ponto importante da cena cultural na região, o viaduto é um aparelho cultural pensado como local para criação de arte, idealizado pelo escultor Leandro Gabriel. Ali reunidos, os artistas criaram obras que revelam a diversidade do grupo de autores já desde as mídias e tipos de trabalho escolhidos, que incluem mobiliários, instalações, objetos, fotografias, pinturas de retratos, pinturas de imaginação, paisagens, colagens e trabalhos escultóricos.
No Instagram do Bolsa Pampulha é possível conhecer mais a fundo cada artista ou coletivo participante, além de entender a partir de falas dos próprios artistas sobre suas obras dentro do projeto. A entrada é gratuita em ambos os museus.
Bolsa Pampulha – Exposição “Botar Fé”
Museu de Artes e Ofícios (Praça da Estação, Centro – tel. 31 3248-8600)
25/11 a 04/02, de 11h às 16h (sábado até 17h; fecha domingo e segunda)
Viaduto das Artes (Avenida Olinto Meireles, 45, Barreiro – tel. 31 98802-5140)
26 de novembro a 5 de fevereiro, de 10h às 17h (fecha sábado e domingo)