Do auge glorioso à dura sobrevivência — passando pela substituição pelos cinemas de shoppings, o encerramento de muitas salas e o fechamento temporário forçado pela pandemia da Covid-19 —, a história do cinema de rua de Belo Horizonte renderia um bom filme. Um roteiro recheado de drama, saudosismo e paixão. Um dos personagens dessa trama completa 30 anos de história: o Cine Bela Artes. Reduto de filmes independentes, de arte, de diferentes países, além de pré-estreias de títulos nacionais, o local continua a atrair um público fiel, formado principalmente por estudantes de audiovisual, entusiastas da sétima arte e cineastas.

O complexo, que abriga três salas de exibição, café e livraria, retomou suas atividades em agosto de 2021 após passar por atualização técnica, reparos e reformas. Essas melhorias só foram possíveis com a forte adesão da população à campanha de crowdfunding SOS Belas BH, realizada de setembro a novembro de 2020, que contou com o financiamento coletivo de 2.547 benfeitores, além da parceria com a Una Liberdade, instituição que integra o Ecossistema Ânima, que fica em frente ao cinema. 

Para comemorar as três décadas de existência e resistência, o Cine exibe “Marte Um”, longa do mineiro Gabriel Martins, que foi premiado com quatro kikitos no festival de cinema de Gramado como Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Musical e Prêmio Especial do Júri.

Nesta terça (30/8) tem a pré-estreia de “Maria, Ninguém Sabe Quem Sou Eu”, um documentário sobre Maria Bethânia. O filme tem imagens raras de ensaios e shows da cantora e um depoimento inédito de Bethânia, com roteiro e direção de Carlos Jardim. No site www.belasartescine.com.br é possível acompanhar a programação completa e adquirir ingressos.

Serviço
Una Cine Belas Artes
Rua Gonçalves Dias, 1581 – Bairro Lourdes
www.belasartescine.com.br