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Melhor queijo Minas artesanal e melhor café do estado: saiba de onde eles são

Concursos da Emater premiaram cafeicultores e produtores queijeiros nesta quarta-feira (7/12)



Créditos da imagem: Gil Leonardi/Imprensa MG
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No concurso do QMA, cada queijo é avaliado sem que o júri conheça produtores, marca ou origem
Bossuet Alvim
07/12/22 às 16:05
Atualizado em 07/12/22 às 16:07

O Queijo da Cristina, produzido em Vargem Bonita, na Serra da Canastra, foi eleito nesta quarta-feira (7/12) o melhor queijo Minas artesanal do estado, em concurso realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-MG). A premiação ocorreu na sede da empresa. Ao todo, 40 produtores disputavam o pódio no 15º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal, em categorias julgadas por estudiosos da produção queijeira e por profissionais de gastronomia. Estima-se que Minas tenha cerca de 30 mil produtores de queijos artesanais.

Os produtores selecionados para a final foram destaque nas etapas regionais, realizadas anteriormente. Cada candidato envia duas peças, de maturação entre 14 e 30 dias, que são avaliadas sem que os jurados tenham qualquer informação sobre a origem ou marca do produto. 

O júri considera, em cada queijo, aspectos externos e internos. Do lado de fora, são julgados fatores como apresentação (formato e acabamento) e cor (uniforme ou manchada). Depois os queijos são partidos e analisam-se a textura (olhaduras e granulação), a consistência (dureza e untuosidade) e o paladar e o olfato (sabor e aroma).

Nesta edição, foi realizada pela primeira vez uma avaliação em paralelo, o Concurso Estadual dos Queijos Artesanais Alagoa e região Mantiqueira de Minas. Esta competição reuniu outros 40 queijos das cidades de Alagoa, Aiuruoca, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalhos, Itamonte, Itanhandu, Liberdade, Passa-Quatro e Pouso Alto. O grande vencedor foi o queijo Entre Morros, de Alagoa.

O queijo Minas artesanal é um patrimônio cultural nacional, e a maneira de produzi-lo está inscrita no Livro de Registro dos Saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ao lado de outros conhecimentos como as formas de trabalho dos Mestres de Capoeira e das Baianas de Acarajé. Autoridades e ativistas mineiros mobilizam-se atualmente em uma campanha para que o modo de fazer o Queijo Minas seja candidato à Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco.

Os vencedores

Queijo Minas Artesanal
1º lugar: Queijo da Cristina, da produtora Maria Cristina Costa Faria, de Vargem Bonita.
2º lugar: Bicas da Serra, do produtor José Orlando Ferreira Junior, de Carrancas.
3º lugar: Tropeiro, produzido por João José de Melo em Serra do Salitre. 

Alagoa e Mantiqueira
1º lugar: Entre Morros, do produtor Marcelo Fonseca de Andrade, cidade de Alagoa.
2º lugar: Sabor da Alagoa, do produtor Francisco Antônio de Barros Júnior, de Alagoa.
3º lugar: Almeida Guimarães, da produtora Adriana Maria de Almeida, em Itanhandu, Mantiqueira de Minas.

Café de Minas

O evento na sede da Emater também revelou os vencedores do Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais. Foram 1.454 amostras inscritas na 19ª edição da disputa, vindas das quatro regiões produtoras no estado: Cerrado, Chapada de Minas, Matas de Minas e Sul de Minas.

Minas é o estado que mais produz café no mundo, respondendo por cerca de 50% da produção nacional. As amostras avaliadas no concurso são julgadas por especialistas em degustação de café, nos quesitos fragrância, aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, finalização, equilíbrio e avaliação global.

O grande campeão do concurso, somando a maior nota de toda a competição, teve o café descrito pelos jurados "com notas de capim limão, pão de mel, melaço, rapadura, manga, goiaba, doce de leite, chocolate ao leite e casca de limão, com acidez cítrica, corpo denso e licoroso". O cafeicultor premiado é Ercilei José de Oliveira, de Manhuaçu.

Também foi concedida a medalha Mulher Empreendedora, dedicada à cafeicultora cujo produto teve a maior pontuação dentre os classificados, em uma iniciativa para promover a presença feminina no meio rural. O título ficou com Silvania Veiga Teixeira de Lacerda, de Espera Feliz.

Os vencedores, por categoria e região
Categoria Café Natural - Cerrado: Elmiro Alves, de Patos de Minas. Chapada: Fazenda Sequóia de Minas, Angelândia. Matas de Minas: Manoel Protasio de Abreu, de Espera Feliz. Sul de Minas: Pedro Brás, de Vargem Bonita.

Categoria Café Cereja Descascado/Despolpado/Desmucilado - Cerrado: Luciana Alves Leandro Melo, de Campos Altos. Chapada: Luís Manuel Ramos Fachada Martins Silva, de Capelinha. Matas de Minas: Ercilei José de Oliveira, de Manhuaçu. Sul de Minas: Leticia Brás, Piumhi.