Gastronomia

No Dia Nacional da Cachaça, que tal começar a empreender no destilado?

Atraídas pelo baixo investimento e um mercado que fatura bilhões anualmente, cada vez mais pessoas estão aprendendo a produzir a bebida


Créditos da imagem: RHJPhotoandilustration/shutterstock

Redação

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17/09/20 às 15:48
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Para entender um pouco da
história que levou a comemoração da data, vale dizer que a cachaça foi criada
pelos senhores de engenhos para compensar o baixo valor do açúcar, e passou a
exercer grande influência na economia brasileira e a incomodar a Corte Real
Portuguesa, que detinha o monopólio comercial de vinhos e aguardente no Brasil.
Com isso, os portugueses barraram a produção e venda da cachaça através de uma
Carta Real.

Revoltados por terem que pagar
impostos e serem perseguidos por comercializarem a bebida, no dia 13 de
setembro de 1661, os produtores tomaram o poder no Rio de Janeiro durante cinco
meses e assim surgiu a Revolta da Cachaça. Por conta desse episódio, desde
2010, o dia 13 de setembro ficou conhecido como o “Dia Nacional da Cachaça”.

Não é de hoje que a cachaça
deixou de ser fabricada apenas por grandes destilarias. Há algum tempo as
artesanais já ocupam um espaço importante nas importações, chegando a
competirem em faturamento com suas tradicionais concorrentes. O grande diferencial,
hoje, é o processo de democratização pelo qual o mercado desse destilado vem
passando: com um investimento de R$2.000, e sem a necessidade de possuir uma
destilaria, já é possível tornar-se um produtor.

Leandro Dias, fundador do
curso on-line Lucrando com Bebidas, ensina todos os processos de fabricação da
cachaça e outras bebidas – desde o processo de fabricação até dicas de
marketing relacionadas aos rótulos e distribuição. 

Exemplo de sucesso com o curso
é o do empresário Hugo Botelho, que embora atue na área de Planejamento e
Controle de Produção, sempre quis ter seu próprio sítio com um local para
pescar e ter sua própria cachaça. A ideia foi crescendo na mesma intensidade
que sua paixão pela bebida, porém, ele sabia que o custo para as produzir seria
muito elevado. “Com o isolamento, tive mais tempo de pesquisar sobre o assunto
na internet e acabei me deparando com um anúncio dizendo que era possível ter
sua própria marca de cachaça sem gastar muito”, diz Botelho.

Hugo não teve dúvidas, decidiu
se inscrever no curso para conseguir uma renda extra e ainda aprimorar seus
conhecimentos sobre cachaça. “Minha produção é terceirizada, comecei com um
lote pequeno e em junho consegui vender 65% das garrafas. Creio que por muitos
estarem optando, nesse momento, por comprar do pequeno empresário e valorizando
o comerciante local, isso acabou me ajudando”, ressalta o empresário.

De acordo com a publicação
“A Cachaça no Brasil: Dados de Registro de Cachaças e Aguardentes”,
divulgada recentemente, houve aumento de 9,73% na quantidade de marcas de
produtos classificados como cachaça, que pulou de 3.648, no ano de 2018, para
4.003, no ano passado, com um faturamento anual de mais de 10 bilhões de reais.