Comentários manifestam insatisfação e lembram origem do concurso em BH
A elevação do concurso Comida di Buteco ao status de patrimônio cultural gastronômico e imaterial do Rio de Janeiro causou insatisfação entre parte do público mineiro, que viu o projeto nascer e crescer em BH pelo menos oito anos antes de chegar ao estado vizinho.
As redes sociais da deputada estadual fluminense Verônica Lima, autora do projeto, foram ocupadas por comentários de quem enxergou a ação como uma espécie de “apropriação cultural”, ou apenas identificou a inadequação de atribuir a iniciativa à cultura do RJ, por ela ter sido fundada na capital mineira, em 2000.
Entre os comentários da postagem de Lima, houve até quem marcou o prefeito de BH, Fuad Noman, e o governador Romeu Zema, na expectativa de que alguma ação seja tomada para resgatar a suposta propriedade cultural do Comida di Buteco para Minas Gerais.
Alguns internautas mineiros destacaram ainda a importância do chef Eduardo Maya, personalidade de destaque da gastronomia mineira, na idealização e fundação do concurso, ocorrida 24 anos atrás em realização da extinta Rádio Geraes. Maya desligou-se do projeto em 2013.
Os comentários na postagem da deputada Verônica Lima foram desativados e não aparecem mais para os usuários do Instagram, mas Sou BH registrou algumas das mensagens de mineiros insatisfeitos quanto à adição do Comida di Buteco ao patrimônio imaterial do Rio de Janeiro. Confira:
Primeira vez em BH foi no ano 2000
Modesta, a edição de estreia do concurso reuniu apenas 10 estabelecimentos de Belo Horizonte, mas lançou as bases do modelo e deu início à crescente adesão de bares que faria do evento um sucesso nos anos seguintes. A primeira edição no Rio de Janeiro ocorreu em 2008, fase da primeira expansão do Comida di Buteco para outras capitais brasileiras, ao lado de Goiânia e Salvador.
O caso do Comida di Buteco foi comparado pelos mineiros ao que aconteceu com o acarajé, que também foi promovido a patrimônio cultural do Rio de Janeiro. Em outubro de 2023, a iguaria de origem africana – popularizada na Bahia e eternizada pelo ofício das Baianas de Acarajé – também passou a constar entre os itens de valor histórico e cultural do estado fluminense, através de lei estadual, o que provocou discussões bem-humoradas e até mesmo acaloradas a partir da insatisfação de baianos.