De 'cidade-fantasma' a polo criativo, Tiradentes vem reinventando sua história pela arte e pela gastronomia
Paisagem bucólica e cozinha que une tradição e inovação atraem gente de todos os cantos
A antiga São José del Rei, hoje conhecida como Tiradentes, guarda uma história de renascimento entre suas igrejas e ladeiras. Hoje sinônimo de charme e alta gastronomia, a cidade mineira já foi um lugar quase “fantasma”, que adormeceu com o término do ciclo do ouro, no final do século 18, e despertou nos anos 1970 e 1980, quando artistas plásticos e artesãos em busca de refúgio da vida urbana a redescobriram.
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Com a vinda desses artistas, ateliês foram abertos, casarões foram reformados e Tiradentes foi transformada em oásis criativo. Era o primeiro passo para o que viria a seguir.
Cozinheiros e chefs de diferentes regiões começaram a se fixar na cidade, atraídos pelos ingredientes e tradições da culinária mineira. O resultado foi uma fusão incomum entre fogão a lenha e alta cozinha: pratos que preservavam o sabor da roça, mas ganhavam a sofisticação das técnicas contemporâneas.
A criação do Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, em 1998, ajudou a projetar a cidade no mapa turístico e gastronômico do Brasil. Não demorou até se tornar um dos mais prestigiados do país e consolidar a gastronomia como o principal motor da economia local, cativando chefs renomados, críticos e visitantes de várias partes do mundo. Em apenas uma década, o setor de serviços de Tiradentes saltou de cerca de R$ 26 milhões em 2005 para mais de R$ 80 milhões em 2015.
O município, que no Censo 2022 registrou pouco mais de 7700 habitantes, respira arte, com eventos como a já tradicional Mostra de Cinema, e boa mesa.