Falha na tubulação pode ter causado novo vazamento em mineroduto na Zona da Mata

Empresa responsável acredita que defeito na solda pode estar por trás dos dois rompimentos em menos de um mês

Créditos da imagem: Reprodução/Facebook + MPF
Redação Sou BH
02/04/18 às 15:24
Atualizado em 01/02/19 às 19:28

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Falha na estrutura de tubulação do mineroduto da Anglo American pode ter causado os dois vazamentos de polpa de minério de ferro em menos de um mês em Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata. O vazamento durou aproximadamente cinco minutos, despejando cerca de 174 toneladas de material no Ribeirão Santo Antônio e 473 no solo de uma propriedade particular.

Menos de 20 dias após o primeiro rompimento do mineroduto Minas-Rio da Anglo American, um novo vazamento foi registrado na noite da última quinta-feira (29). Com dois dias da retomada das atividades, a mineradora paralisou todas as operações na estrutura. Segundo a empresa, falhas na solda da tubulação que compõe o mineroduto podem ter causado os vazamentos.

“Desde a noite da terça-feira, a Anglo American vinha, aos poucos, retomando a operação do mineroduto. Para operar com a capacidade total, seriam necessários três dias. O segundo incidente muda o plano de inspeção, que agora passa a ser muito mais minucioso”, explica Ruben Fernandes, presidente da empresa.

Ainda segundo a mineradora, diante do ocorrido, a prioridade é rastrear os 529 km do mineroduto. O processo será feito com um equipamento de ultrassom da empresa PIG Instrumental, que percorrerá toda a extensão interna da tubulação. 

Consequências

Acionada, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) enviou técnicos ao local do vazamento para a realização de diversas vistorias. A equipe do NEA constatou que o ponto onde a polpa de minério jorrou na última quinta-feira fica a cerca de 220 metros do local do primeiro incidente.

Os técnicos da Semad percorreram a extensão do Ribeirão Santo Antônio do Grama até a foz com o Rio Casca e constataram que havia depósito de minério em diversos trechos do ribeirão e que este apresentava coloração avermelhada. Além do acompanhamento, a secretaria informou à mineradora que devem ser feitos relatórios sobre o status da tubulação, as causas dos rompimentos e os locais ao longo do mineroduto onde estão instalados tubos do mesmo lote dos que romperam.

Após o novo vazamento, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu a licença ambiental da mineradora, paralisando por tempo indeterminado o transporte de minério na estrutura. Antes desse novo episódio, a Anglo American já possuía um inquérito do Ministério Público Federal (MPF) contra ela e o pedido de bloqueio de R$ 10 milhões pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).