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Parque das Mangabeiras quer ampliar o número de visitantes

A maior área verde de Belo Horizonte completa 32 anos e espera triplicar a visitação nos próximos anos



Créditos da imagem: Fundação de Parques Municipais
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Praça das Águas em uma manhã de domingo
Redação Sou BH
08/09/14 às 19:51
Atualizado em 01/02/19 às 19:57

A localização privilegiada, aos pés da Serra do Curral, confere uma beleza única ao Parque das Mangabeiras. Cerca de trinta mil pessoas visitam o parque, todos os meses, segundo dados da Fundação de Parques Municipais. Mas ele pode receber muito mais, “podemos chegar ao número 100 mil”, afirma Homero Brasil Filho, diretor de Parques da Área Sul. “Prática de esportes e contemplação da natureza são os diferenciais do Mangabeiras. Neste ano, inauguramos mais uma pista de skate, um bowl nos moldes de competição internacional, um dos maiores do Brasil”, explicou.

Quem sabe bem o que o Parque das Mangabeiras oferece é Ana Maria Germani, 66 anos, moradora do bairro Luxemburgo. Várias vezes por ano, ela aproveita para caminhar no local e sempre encontra uma novidade. “Outro dia, vi um monte de lugares agradáveis para um piquenique com as crianças”, conta. A paz e o silêncio é o que mais atrai sua atenção, ela fica horas admirando a vegetação e a vista das montanhas: “não tem nada igual”.

A filha Vanessa Germani, 39, já acompanhou a mãe em suas visitas. Hoje, moradora de São Paulo, sente falta de um espaço como esse para passear com o filho Felipe, de 8 anos. “Costumo passear no Ibirapuera ou no Parque do Povo, mas nenhum deles se compara ao Mangabeiras”, fala.

E toda essa beleza é aproveitada também por turistas e moradores da Região Metropolitana. Glades Leite Ferreira, 50, veio de Parnamirim, interior do Rio Grande do Norte, e encontrou no parque um refúgio. “Odeio o clima de cidade grande, gosto de natureza, desse contato mais próximo com os bichos. Esse lugar, para mim, é o lado positivo de BH. Toda cidade deveria ter mais de um espaço como esse”, afirmou ainda ofegante, após uma caminhada ao lado da amiga Arielly Xavier, 10 anos.

Renato Alem e Jéssica Ferreira, ambos de 24 anos, moram em Betim e também apreciam o contato com a natureza. “Resolvemos fazer um programa diferente de cinema e barzinho. Passeando no Mirante, avistamos o parque e, claro, não resistimos”, contou Renato.

“Chega de shopping”, avisa Antônia Angélica, 66 e José Honório, 72. Moradores de Contagem, eles defendem a importância do contato com a natureza para crianças e jovens. “Os pais precisam diversificar, não dá para levar a meninada sempre para o shopping, para se entupir de comidas que não são saudáveis”, reclamou. O marido ainda completou: “esses meninos precisam conhecer outros bichos, além de gato e cachorro”. O casal também destacou os cuidados com o parque. “Pela quantidade de pessoas que circulam por aqui, percebe-se que há respeito à área de preservação, principalmente em relação aos frequentadores”.

Fato apontado também por Walisson Fonseca, 24, morador de Igarapé. “A impressão que tenho é que, logo ao entrar, as pessoas sentem o peso de estar em uma área de preservação. E respeitam, apesar de não haver fiscalização o tempo todo”. O diretor de Parques da Área Sul, Homero Brasil Filho, concorda com a observação dos frequentadores. “A impressão procede, chego a dizer que cerca de 95% dos visitantes é atento aos cuidados necessários em relação à preservação da fauna e da flora. Mas, infelizmente, há algumas ocorrências de vandalismo, como pichações, quebra das instalações sanitárias e focos de incêndios propositais”.

Função cultural e ambiental

Ao contrário do que muitos podem imaginar, Homero Brasil afirma que a realização de grandes eventos - como as festas “St. Patrick’s Day” e, mais recentemente, "Parque da Copa Brahma” e “#WeLoveBelo - Ajoelhou Tem Que Rezar” - não contribui para o aumento no índice de vandalismo. “Um dos nossos objetivos é equilibrar as funções cultural e ambiental dos parques. Portanto, há a liberação para a realização de eventos, mediante todo um cuidado em relação a horário e outros quesitos relevantes para uma unidade de conservação ambiental”, explicou. Para ele, o que diminui a incidência do desrespeito é a educação.

Roteiros de Visitação

O Parque das Mangabeiras tem 2,8 milhões de metros quadrados de extensão. Em sua área, encontra-se 59 nascentes do Córrego da Serra, que integram a Bacia do Rio São Francisco; uma rica vegetação nativa, com exemplares típicos de campo, cerrado e Mata Atlântica. Além da fauna, composta por 29 espécies de mamíferos (entre eles, os famosos quatis); 160 espécies de aves; 20 espécies de répteis e 19 anfíbios.

Ao se deparar com tanta exuberância, o visitante pode escolher ou simplesmente seguir os três roteiros sugeridos: Roteiro da Mata, Roteiro do Sol e Roteiro das Águas, que têm como ponto de partida a Praça das Águas, onde se localiza a sede administrativa do Parque, Quiosque de Informações e a Central de Segurança. Confira o que cada um oferece:

Roteiro da Mata
Apresenta vegetação de Cerrado, Mata e Campo. Destaque para o Mirante da Mata, de onde se tem a mais bela vista do parque, de Belo Horizonte e da Serra do Curral. É onde se localiza também:
- Centro de Educação Ambiental, infraestrutura para palestras, cursos, oficinas e exposições;
- Viveiro de Mudas Nativas, onde são produzidas mudas para o manejo do Parque, sendo possível adquirir mudas de espécies nativas;
- Morro do PIC-NIC/Vale dos Quiosques, espaço coberto para pequenos grupos, com mesas e bancos espalhados no meio da mata.

Roteiro do Sol
Percorre todas as áreas do parque destinadas a atividades recreativas e esportivas. Destaque para a pista de skate com medidas oficiais e obstáculos, obra do projeto Cidade Radical, da Coordenadoria Municipal da Juventude. Abrange também:
- Ilhas do Passatempo, bastante arborizada com mesas de jogos, presença de micos-estrela e diversas aves;
- Praça do Britador, referência histórica do Parque, onde se encontra a estrutura do antigo britador utilizado na exploração de minério de ferro;
- Parque Esportivo, engloba seis quadras poliesportivas, dez quadras de peteca, duas quadras de tênis, vestiários e bebedouros. As quadras são alugadas e para utilizá-las é necessário agendamento prévio;
- Ciranda dos Brinquedos, conta com dois playgrounds e a Cidade das Bonecas, um conjunto de pequenas casas com uma igrejinha.

Roteiro das Águas
Para contemplação das nascentes e cursos d’água que formam a bacia do Córrego da Serra. Envolve o Recanto da Cascatinha, um espelho d’água com pequenas quedas e uma ponte e o Lago dos Sonhos, com vegetação de mata, um pequeno lago, quedas d’água e pontes.

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