FecharX

Agressores de mulheres terão que usar tornozeleiras em MG

<p>Medida impede que homens enquadrados na Lei Maria da Penha se aproximem das vítimas</p>



Créditos da imagem:
Main grey
Redação Sou BH
12/08/14 às 13:37
Atualizado em 01/02/19 às 19:19

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, Minas Gerais deu um passo importante contra a violência doméstica. Isso porque depois de ontem (7), homens agressores enquadrados na Lei Maria da Penha passarão a ser monitorados com tornozeleiras eletrônicas, para impedir a aproximação das vítimas.

A resolução conjunta que regulamenta o Programa de Monitoração Eletrônica de Agressores foi assinada na tarde desta quinta-feira (7) pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Militar e Polícia Civil.

Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a utilizar a tornozeleira eletrônica em agressores de mulheres. A iniciativa começa em Belo Horizonte e será, gradativamente, expandida para o restante do Estado.

?O uso dessa tecnologia, associado ao provimento de novas delegadas para atendimento à mulher em todas as 54 delegacias regionais de Minas, é um passo importante no enfrentamento à violência contra a mulher?, afirmou o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz.

O monitoramento eletrônico vai garantir o cumprimento das medidas de afastamento do lar, de proibição de aproximação da vítima a uma metragem a ser definida pelo juiz e de proibição de frequentação a determinados lugares por parte dos agressores.

Em alguns casos, a partir da determinação judicial e da anuência da mulher, além da tornozeleira no agressor, a vítima também vai receber um dispositivo avulso, não ostensivo, de monitoração eletrônica, que poderá ser levado na bolsa. Assim, caso a mulher se afaste do perímetro de proteção onde o agressor não pode adentrar, como seu endereço de residência ou trabalho fixo, a Central de Monitoração é capaz de detectar uma eventual aproximação do agressor.

Como funciona. No caso do uso duplicado do aparelho, tanto para o agressor quanto para a vítima, a mulher deve se dirigir à Ceflag, onde será acolhida por uma equipe multidisciplinar que fornecerá todas as orientações. Quando o agressor se aproximar, o equipamento eletrônico que está com a mulher vibrará e emitirá bipes de alerta. Além disso, ela também recebe um contato telefônico imediato da Central de Monitoração, que toma todas as providências, incluindo o acionamento da Polícia Militar, se preciso.

Em um primeiro momento, a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) disponibilizou 90 monitorações, que serão aplicadas nos agressores encaminhados pelos juízes das varas especializadas em violência doméstica. Em cada caso, o juiz vai especificar, na medida cautelar, as áreas de exclusão, ou seja, os locais onde os homens não podem frequentar, bem como os períodos e os limites mínimos de aproximação da vítima.

Atualmente, 69 indivíduos em cumprimento de pena nos regimes aberto ou domiciliar são monitorados com a tornozeleira eletrônica em Belo Horizonte. Os primeiros equipamentos começaram a ser implantados em dezembro de 2012 e, ao final de cinco anos, serão 3.982 pessoas monitoradas 24 horas por dia.

O equipamento instalado no preso é semelhante a um relógio de pulso e pesa cerca de 160 gramas. No caso de rompimento ou danificação do material, a Central de Monitoração registra a fuga no sistema Infopen, comunicando imediatamente as polícias Militar e Civil e o juiz da causa.

Com Agência Minas