PBH vai 'vigiar' moradores que ignoram combate à dengue; 90% dos focos estão dentro de casa
Por meio de aplicativo, desenvolvido pela Prodabel, será possível acompanhar quem faz checagem permanente dos focos do mosquito
Por Camila Saraiva
Você é daqueles que só verifica seus vasos de planta, caixa d'água, garrafas pets e pneus no quintal quando a vigilância sanitária bate à porta? Já que a consciência social anda faltando, a Prefeitura de BH anunciou que a fiscalização deve ficar mais rigorosa em 2018. A gestão municipal lançou nesta quarta-feira (27) um aplicativo para auxiliar o belo-horizontino e, ao mesmo tempo, mapear quais moradores são mais irresponsáveis - e, assim, aperfeiçoar as visitas.
O aplicativo, gratuito e disponível nas lojas virtuais, foi batizado como BH Sem Mosquito disponibiliza um checklist para que os
próprios moradores verifiquem diversos itens de prevenção contra dengue,
chinkungunya e zika vírus.
A novidade foi apresentada juntamente com um dado alarmante: quase 90% dos focos do mosquito Aedes Aegypti estão dentro de casa. “Esse índice vem crescendo ao longo dos anos, normalmente
era 80%, estamos nos aproximando dos 90% [exatamente 87%]. A participação da população é decisiva", afirma o subsecretário de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta.
A PBH explica que um trabalho relativamente simples dos moradores pode evitar a proliferação do mosquito. "Basta checar, uma vez por semana, pontos como copos, pratos de vasos de planta, ralos", exemplifica Pimenta.
Com as informações coletadas pelo
aplicativo, como as coordenadas e os itens verificados, a Defesa Civil poderá analisar
quais regiões estão empenhadas no combate ao foco do mosquito e quais
precisarão de mais atenção dos agentes da vigilância sanitária.
“Se o cidadão colaborar,
a gente pode extrair daí informações que até contribuam para a Defesa Civil,
órgãos de saúde nas campanhas educativas, nas ações efetivas, as regiões que estão
tendo menos colaboração sejam um foco maior para outras ações”, explica o gerente
de geotecnologia da Prodabel, Cristoferson Bueno.
BH Sem Mosquito
A ferramenta disponível para Android e IOS permite adicionar
lembretes em dias e horários escolhidos pelos usuários para fazer a checagem em
casa. “É basicamente uma lista com os itens que a pessoa tem que lembrar de
verificar”, revela Bueno.
Entre as funções do app estão a lista de colaboração,
o calendário, que registra todos as checagens do usuário, e o mapa colaborativo
que indica os locais de maior participação dos moradores.
Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde
2017
Em comparação ao ano passado, BH
reduziu em 99% o número de casos de dengue. Só em 2016, a capital registrou 61 mortes
e mais de 150 mil casos confirmados da doença contra 885 casos neste ano e nenhuma
vítima fatal.
“O pior desastre em BH com ocorrências de mortes foi a dengue. Não
demos a importância, a divulgação e a gravidade que é 60 pessoas morrerem em
uma cidade por dengue. Isso é uma derrota pra nós”, lamentou o coronel da
Defesa Civil, Lucas Alves.
Já para as outras doenças
transmitidas pelo mosquito aedes Aegypti os números variam. Em 2016 foram
confirmados 732 casos de Zika e 60 de chinkungunya, contra 19 e 83 casos das respectivas
doenças em 2017.
Ano novo
Mesmo com um cenário favorável em
2017, a prefeitura alerta a população para os cuidados permanentes dentro das
residências e locais com grande quantidade de pessoas. “Basta 10 minutos de uma
checagem simples para que todos fiquem fora de risco”, completa o coronel.
Entre
as medidas dos órgãos de saúde pública para 2018 estão: buscar a adesão do
aplicativo em escolas e sociedade civil; manutenção e ampliação das ações intersetoriais
e integradas; ampliação dos projetos em parceria com a Fiocruz: Wolbachia, Arbo
– Alvo e Armadilhas disseminadoras.