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Após ocupação, prefeito de BH suspende reintegrações

<p>Os manifestantes ocupam a sede do governo municipal desde domingo (28)</p>



Créditos da imagem: Wikipedia
Main marcio lacerda
Wikipedia
Redação Sou BH
12/08/14 às 13:37
Atualizado em 01/02/19 às 19:55

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), cedeu à pressão de manifestantes que ocupam a sede do governo municipal desde domingo (28) e vai suspender as tentativas de reintegração de posse de terrenos onde grupos de sem-teto ergueram comunidades. O anúncio foi feito durante encontro dos representantes dos ativistas na tarde dessa terça-feira (30).

Ao fim do encontro, o prefeito pediu que o grupo de cerca de cem pessoas deixe o prédio "o mais rápido possível". A Justiça mineira também já expediu liminar de reintegração de posse para o prédio, mas a ordem não foi cumprida e os manifestantes continuavam no local até as 21h30 de terça. Durante a noite, os manifestantes fariam uma assembleia para decidir se desocupariam o local.

A suspensão das remoções era uma das reivindicações dos manifestantes, que pedem também a regularização de comunidades criadas em áreas ocupadas, como Irmã Dorothy, Camilo Torres, Dandara e Eliana Silva. Segundo Natália Alves, do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), com a regularização "vai dar para instalar luz, água, esgoto, posto de saúde" e outras benfeitorias nas comunidades.

No entanto, o prefeito alertou que ações judiciais em torno de alguns terrenos que são disputados pelo município, Estado e por empresas devem continuar tramitando. Lacerda confirmou que serão mantidas as demolições de imóveis em áreas de risco.

A reunião durou toda a tarde e foi agendada por representantes da prefeitura e dos manifestantes pela manhã. Na segunda-feira (29) o secretário municipal de Governo, Josué Valadão, já havia prometido um encontro com Lacerda no próximo dia 8, mas o grupo se recusou a deixar a prefeitura com a alegação de que a reunião seria do Conselho Municipal de Habitação e já estaria marcada antecipadamente "para tratar de outras coisas", segundo Natália.

Para que uma comissão deixasse o prédio da prefeitura para se reunir com o prefeito na Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), o grupo exigiu que fosse liberada a entrada de comida e bebida para os manifestantes. Na segunda, guardas municipais impediram a entrada de alimentos no local, o que só foi liberado no fim da noite.

Em solidariedade, cerca de 200 pessoas organizaram um protesto na frente da prefeitura, onde chegaram a armar barracas nas pistas da Avenida Afonso Pena, deixando o trânsito caótico na região central da cidade durante todo o dia. Por causa da ocupação, funcionários municipais foram dispensados nessa terça-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo