Super Maklem World Belo Horizonte, do músico Matheus Klem, será lançado no aniversário da cidade, e traz releituras de sucessos da música mineira
Tempos
pandêmicos poderiam ser como no mundo dos games: “passar de fase” rapidamente,
ter várias “vidas”, e, caso “morresse”, a solução seria simplesmente apertar a
tecla “continue” que logo estaria de volta ao jogo. Desta forma, a jornada
seria mais fácil, segura e divertida. Mas como na vida real isso não é possível,
o músico, produtor musical e DJ, Matheus Klem, decidiu usar, durante o período
de distanciamento social, seu tempo livre para unir três paixões: games, música
e Belo Horizonte.
O
resultado foi a criação do álbum Super Maklem World Belo Horizonte, que será
lançado virtualmente hoje (12), aniversário da capital mineira,
através das plataformas SoundCloud e YouTube, de forma gratuita. Com uma
sonoridade de música de videogame e explícita influência do gênero musical New
Wave, o disco, que é uma homenagem à Beagá, apresenta, de maneira inusitada e
nostálgica, onze releituras de compositores belo-horizontinos.
O
repertório do trabalho é marcado pela diversidade de gerações dos compositores,
que começa no Clube da Esquina, passa pelo pop rock dos anos 90, até chegar aos
artistas da atual geração. O disco traz composições de Lô Borges, Vander Lee,
das bandas Skank, Pato Fu, Jota Quest, Lagum, Pipa e Rosa Neon, além das duplas
Clara e Sofia, Mila e Marcus. Clássicos como “Paisagem da Janela”, “Amores
Imperfeitos”, “Canção pra você viver mais” e “Esperando Aviões” compõem o
repertório.
Super
Maklem World Belo Horizonte contou com a participação de Juliano Alvarenga,
integrante da banda Daparte, que tocou as guitarras da faixa “3 da manhã”. E na
canção “É você”, da dupla Mila e Marcus, Camila Mendes e Marcus Ottoni gravaram
respectivamente os teclados e o violão.
Paixão por Belo Horizonte
Natural
de BH, o artista, nos períodos da infância, adolescência e no início da fase adulta,
chegou a morar respectivamente em Niterói, cidade fluminense, Uberlândia,
interior mineiro, e São Paulo. Mas nessas idas e vindas ele sempre sentia que o
seu lugar era Belo Horizonte. E a música mineira teve um papel fundamental
nesse reconhecimento.
“Quando
eu vinha passar as férias em BH era nítida a minha relação com a cidade.
Geralmente, eu ficava na casa minha avó e adorava passear com o meu tio por
pontos como Praça da Liberdade, Pampulha, Praça do Papa e Palácio das Artes.
Além disso, quando morei fora, as músicas do Skank, do Milton e de outros
artistas sempre me conectavam com Belo Horizonte”, relembra.
Portanto,
o disco virtual foi feito também para homenagear tanto os artistas que marcaram
a infância e a adolescência de Klem, quanto os artistas da cena atual de BH.
“Resolvi homenagear grupos que admiro, músicos que são meus amigos e projetos
musicais sensacionais da atual geração que escuto”, conta.
A
estética musical de Super Maklem World Belo Horizonte é toda constituída
através do estilo chiptune, gênero de música eletrônica sintetizada, produzida
por chips de consoles de videogame. O auge deste estilo foi nos anos 80 e 90.
No
álbum de Matheus Klem, as versões não são cantadas e quem faz a melodia da
letra, substituindo o canto, é o sintetizador.