Artistas retiram obras do Memorial Minas Gerais Vale e Inhotim adia reabertura
Ação coletiva é um protesto por causa do rompimento da barragem da mineradora Vale
Artistas que estavam expondo seus trabalhos no Memorial
Minas Gerais Vale divulgaram, nesta quarta-feira (30), uma carta aberta
informando a retirada coletiva das obras em exposição no museu, localizado na
Praça da Liberdade. A retrospectiva apresentava a mostra desde 2013 e posteriormente
seguiria para outros espaços culturais mantidos pela Vale no país.
“Entendemos que este gesto não possui efeitos de contribuição para a redução do sofrimento dos atingidos nem para a reparação dos danos causados por esse crime. Mas acreditamos que, neste momento, todas as ações, mesmo que simbólicas, devem ser lançadas para confrontar as narrativas que escondem a real atuação de empresas de mineração como a Vale S.A”, diz um trecho da carta publicada no perfil do artista Efe Godoy, no Instagram.
A mostra ficaria no museu até março. Apesar da retirada das obras, os artistas fizeram questão de agradecer aos envolvidos diretamente na exposição. “Gostaríamos de agradecer a toda a equipe de arte, educação e segurança envolvida na realização desta exposição, trabalhadores de tamanha competência, disposição e generosidade, que cuidadosamente dividiram conosco a montagem, produção e divulgação das obras”.
Ao todos, 17 artistas assinaram o manifesto: Adriel Martins Visoto, Camila Otto, Carolina
Cordeiro, Cleverson Salvaro, Daniella Domingues, Efe Godoy, Estandelau, Gilson
Rodrigues, Luísa Horta, Luiza Nobel, Luiz Lemos, Marina RB, Renata Laguardia, Ricardo
Burgarelli, Victor Galvão, Walter Gam e Xikão Xikão.
Fechado
O Memorial Minas Gerais Vale vai ficar fechado até o dia 4 de fevereiro. Segundo nota enviada pelo espaço, as ações da empresa estão concentradas no resgate e apoio aos atingidos e familiares na tragédia em Brumadinho.
Adiada
Já o Inhotim divulgou, nesta quarta, que a reabertura prevista para o dia 1º de fevereiro foi adiada em razão dos impactos diretos no instituto. Segundo o museu, 80% dos funcionários moram na região e, desse número, 41 tem familiares atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora. A nova data ainda não foi definida.