Dois meses após destruição, Casa da Árvore continua sem projeto da PBH e resposta da polícia

Divulgação/Casa da Árvore 

Após dois meses do incêndio que destruiu o projeto Casa da Árvore, na Zona Oeste da capital mineira, as causas do fogo e a promessa da Prefeitura de Belo Horizonte de reconstruir o espaço continuam sem sair do papel. Com o objetivo de pressionar as autoridades, um ato foi realizado no local, no bairro Nova Suíça, no sábado (25).

 “Queremos a entrega do projeto arquitetônico e o acesso ao laudo da Polícia Civil. Desejamos que as quatro pessoas em situação de rua que construíram a Casa da Árvore tenham novamente um aparato que possa oferecer o serviço de biblioteca. Não seria um lugar de moradia, mas um ponto de cultura”, afirmou ao SouBH Neide Pacheco, integrante do Coletivo 1207 e uma das organizadoras da manifestação.

A ativista se refere à promessa feita no dia 27 de setembro, em reunião realizada na sede da Prefeitura de BH com o vice-prefeito Paulo Lamac e as secretárias municipais de Políticas Sociais, Maíra Colares; e de Serviços Urbanos, Maria Caldas. Na ocasião, foi definido que a administração municipal concluiria um projeto arquitetônico para reconstruir o espaço até o fim de outubro.

No entanto, os idealizadores do projeto - quatro moradores em situação de rua - e os apoiadores da causa não receberam retorno algum. No último dia 13, foi protocolado um ofício na Regional Oeste solicitando resposta. O SouBH também entrou em contato com a administração em busca de um posicionamento, mas foi ignorado.



Investigação

Sobre o incêndio que  destruiu quase 3 mil livros e duas mangueiras com frutos e flores, a assessoria da Polícia Civil informou que a investigação está em fase final, uma vez que testemunhas foram ouvidas e imagens de câmeras do circuito de segurança foram analisadas.

Ainda segundo a corporação, a delegada responsável pelo caso está aguardando o laudo pericial do incêndio para a conclusão do inquérito.

A Casa da Árvore era uma construção de dois andares onde uma biblioteca comunitária funcionava para os belo-horizontinos que quisessem apreciar uma boa leitura. O local era mantido por moradores em situação de rua que criaram um espaço cultural e de acolhimento em meio à avenida.

Criado em 2015, o projeto foi destruído por um incêndio no dia 24 de setembro. No dia 27, a PBH anunciou que faria o projeto arquitetônico para reerguer o espaço e incluiria os idealizadores em programas de moradia e trabalho da própria gestão municipal.