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Como vai funcionar a Casa de Acolhimento LGBT em BH

Pessoas vítimas de violência ou que são expulsas de suas residências poderão ser encaminhadas ao abrigo



Créditos da imagem: Edesio Ferreira /EM/D.A Press
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Prefeito Fuad Noman inaugura casa de acolhimento no Floresta, uma promessa feita na última Parada LGBT de BH
Bossuet Alvim
15/12/22 às 08:34
Atualizado em 15/12/22 às 08:41

BH passa a integrar o pequeno grupo de cidades brasileiras que oferecem, a partir do poder público, uma casa de acolhimento para a população LGBT+ em situação de fragilidade social. Com 20 vagas no bairro Floresta, o estabelecimento não terá as portas abertas para o público, o que significa que todas as pessoas abrigadas serão encaminhadas a partir da rede de assistência social da cidade.

Inaugurado pela prefeitura no aniversário da cidade (12/12), o imóvel vai receber pessoas que sejam lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou travestis e que estejam enfrentando algum risco pessoal – como expulsão de casa, ameaça à integridade física, vítimas de violência ou qualquer outro quadro avaliado pela rede de assistência social. BH conta com o Centro de Referência LGBT, um órgão dedicado a acompanhar os casos envolvendo esse recorte da população, e são as equipes deste centro que devem recomendar quais pessoas serão acolhidas no imóvel. 

A Casa de Acolhimento LGBT havia sido anunciada pelo prefeito Fuad Noman durante a 26ª Parada do Orgulho LGBT de BH, em novembro. A ideia é que o imóvel funcione como um aparato de serviço do município, mas sem perder a identidade de um ambiente familiar, um espaço de cuidado. "Sabemos que a população LGBT é vulnerável, principalmente aquelas mais pobres. Considerando esse cenário, essa é a resposta do município, um abrigo humanizado, uma unidade estatal", comenta a secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Rosilene Rocha. O Instituto Darcy Ribeiro é parceiro da PBH na execução do serviço de acolhimento.

A inauguração faz Belo Horizonte avançar na formação de uma estrutura para oferecer apoio a uma parcela da população que, por muitas vezes, tem suas situações de abandono e violência colocadas em segundo plano por autoridades e políticas públicas. Ao contrário da Casa de Acolhimento de BH, que é iniciativa da própria prefeitura, outras casas costumam ser fundadas e financiadas por ativistas e ONGs, como a Casa Nem, no Rio de Janeiro, e a Casa 1, em São Paulo.